Nonato Guedes
Pela primeira vez, publicamente, as deputadas estaduais Estelizabel Bezerra e Cida Ramos, ambas do PSB, ligadas ao ex-governador Ricardo Coutinho, se posicionaram, ontem, acerca do projeto de lei complementar enviado pelo governador João Azevêdo (sem partido), tratando da reforma da Previdência da Paraíba. Até então integrantes da bancada governista, as duas deputadas questionaram alguns pontos fixados no projeto de lei complementar. “Precisamos saber qual foi a estratégia que o governo utilizou para manter a capitalização. Eu acho que esse aumento da alíquota para 14% é o mais perverso que tem no texto e precisamos mudar essa realidade”, advertiu Estelizabel.
Por sua vez, a deputada Cida Ramos avaliou que a proposta “é a mais dura e cruel realidade apresentada aos servidores do Estado”. E acrescentou: “O que está em discussão não é quem é situação, governo ou oposição. O que está em causa, neste momento, diz respeito à garantia de direitos da dignidade e do respeito a todos os servidores da Paraíba”, proclamou Cida Ramos. Já a deputada Camila Toscano, do PSDB, engrossou o coro, desta feita para reagir à insinuação do governador João Azevêdo de que alguns deputados de oposição “são malandros” por exigirem um debate mais aprofundado da matéria.
– Se não fosse a pequena e aguerrida oposição, não estaríamos aqui, em plenário, debatendo essa matéria. Queriam que a gente votasse e aprovasse uma reforma da Previdência em 48 horas. Isso é impossível – enfatizou Camila. A deputada tucana reiterou que vai continuar lutando para que o servidor público não seja prejudicado com o “pacote de maldades” do governo do Estado. Camila Toscano acusou o Poder Executivo de espalhar “fake News” ao propagar a notícia de que o projeto estava engessado e tinha sido uma imposição do governo federal. “Não estou aqui para defender governo algum, mas, sim, para defender o povo e esse projeto pode, sim, ser modificado”, finalizou. Enquanto isso, o deputado Walber Virgolino declarou que o governador João Azevêdo usa como pano de fundo a reforma do governo federal para tentar empurrar a reforma dele e não contempla nenhuma categoria. O líder do governo, Ricardo Barbosa, destacou que a reforma previdenciária proposta por João Azevêdo é apenas uma adequação obrigatória, imposta pelo governo federal. Utilizou, então, o argumento de que vários Estados, inclusive do Nordeste, já adotaram a reforma.