Em nota divulgada no início da tarde de hoje, o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), que se encontra na Europa, informa ter sido surpreendido com acusações feitas no âmbito da Operação “Calvário” de que ele seria o chefe de uma organização criminosa atuante na distribuição de propinas com agentes públicos por parte de organizações sociais contratadas na gestão dele, Ricardo, para administrar unidades da Saúde e da Educação na Capital e no interior da Paraíba. O ex-governador ressalta que está antecipando seu retorno ao Brasil e que estará à disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimento que se faça necessário. Ele se mostrou surpreso com a decretação de sua prisão preventiva.
O texto da nota de Ricardo é o seguinte: “Fui surpreendido com decisão judicial decretando minha prisão preventiva em meio a uma acusação genérica de que eu faria parte de uma suposta organização criminosa. Com a maior serenidade digo ao povo paraibano que contribuirei com a Justiça para provar minha total inocência. Sempre estive à disposição dos órgãos de investigação e nunca criei obstáculos a qualquer tipo de apuração. Acrescento que jamais seria possível um Estado ser governado por uma associação criminosa e ter vivenciado os investimentos e avanços nas obras e políticas sociais nunca antes registrados. Lamento que a Paraíba esteja presenciando o maior período de desenvolvimento e elevação da autoestima ser totalmente criminalizado. Estou em viagem de férias previamente programada mas estarei antecipando meu retorno para me colocar à inteira disposição da Justiça brasileira para que possa lutar e provar minha inocência”.
Um advogado do ex-governador relatou a jornalistas paraibanos que ainda não havia conseguido entrar em contato com ele para oferecer maiores explicações diante das acusações. Por sua vez, o presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro, Carlos Siqueira (PE), divulgou uma nota no início desta terça-feira onde manifesta confiança na conduta do ex-governador Ricardo Coutinho, principal alvo da sétima fase da Operação Calvário, deflagrada hoje. Na nota, o PSB reafirma seu total apoio à apuração dos fatos, “respeitados o devido processo legal e o amplo direito de defesa”. A direção nacional do partido estende a solidariedade aos demais investigados, repetindo a convicção de inocência em face das denúncias formuladas.
Por outro lado, a jornalista Pâmela Bório, ex-primeira-dama do Estado, que foi casada com Ricardo Coutinho, postou um vídeo nas redes sociais nas últimas horas fazendo um apelo para encontrar seu filho Henri Malzac, fruto da união que contraiu com Coutinho. Em tom dramático, Pâmela frisou: “Gente, por misericórdia, quem tiver notícias do meu filho, onde ele está, por favor me mande informações. Por caridade, por misericórdia, quem estiver me vendo nesse momento, fale dessa informação, que estamos à procura do endereço onde está meu filho. Pelo amor de Deus, por temor a Deus”, exclamou, no vídeo. Pâmela também diz que avisou que Ricardo sairia do país. “Eu avisei que esse homem ia sair do país, eu avisei sobre tudo, fui a primeira a falar das caixas de dinheiro”. Apurou-se que o ex-secretário de Turismo Ivan Burity apontou o ex-governador Ricardo Coutinho, em depoimento, como chefe da organização criminosa responsável por fraudes envolvendo serviços de saúde e educação no Estado. “Ricardo é o chefe da Orcrim formada no Estado para angariar recursos para suas campanhas políticas e de aliados”, teria revelado Burity, categoricamente.