A audiência de custódia de pelo menos dez presos da sétima fase da Operação Calvário em João Pessoa ocorrerá às 10h de hoje na Câmara Criminal no primeiro andar do anexo do Tribunal de Justiça da Paraíba. Os trabalhos serão conduzidos pelo juiz Adilson Fabrício, designado pelo desembargador Ricardo Vital. Na ocasião, serão ouvidos os investigados cujos mandados de prisão foram cumpridos pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
O desembargador Ricardo Vital esclareceu à imprensa que as prisões foram decretadas para a garantia da ordem pública, a conveniência da instrução criminal e o asseguramento de aplicações da lei penal. Enquanto o Partido Socialista Brasileiro, a nível nacional, se solidarizou com o ex-governador Ricardo Coutinho, o Partido dos Trabalhadores, em nota também da direção nacional, afirmou ter causado espanto a ordem de inclusão do nome de Coutinho na lista de alertas da Interpol. O Partido dos Trabalhadores ressaltou, ainda, que “a espetacularização política e midiática em torno das investigações e da decisão judicial” é atitude condenável.
– O Estado de Direito precisa ser respeitado e o direito à ampla defesa não pode ser violado por práticas típicas do lawfare – destacou a direção nacional petista. Ricardo Coutinho já foi filiado ao Partido dos Trabalhadores, dele se desligando para garantir candidatura a prefeito de João Pessoa em 2004, quando concorreu pelo Partido Socialista Brasileiro, o mesmo ocorrendo na campanha à reeleição, em 2008, e nas disputas ao governo do Estado, em 2010 e 2018. No período como governador, Coutinho se reaproximou de líderes do PT, especialmente os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva.
Nas últimas horas, circularam informações divulgadas pelo site “O Antagonista”, de que o ex-governador Ricardo Coutinho está na Turquia e já teria comprado as passagens para voltar à Paraíba amanhã, quinta-feira. Ele avisou à Polícia Federal que está voltando ao Brasil e prometeu se entregar nas próximas horas. A prisão preventiva do ex-governador foi decretada pelo desembargador Ricardo Vital de Almeida, mas o ex-governante paraibano considerou descabidas e injustificadas as acusações contra ele.