Nonato Guedes
O ex-governador Ricardo Coutinho, que está de férias na Europa mas antecipou seu retorno ao Brasil por conta da nova fase da Operação Calvário, em que foi decretada sua prisão preventiva, é apontado nos autos da sétima fase da Operação, intitulada “Juízo Final”, como chefe de uma organização criminosa formada na Paraíba para desviar verbas de diversos setores do Estado. Coutinho, que disse ter sido “pego” de surpresa com as denúncias e a decretação da prisão, foi apontado pelo Ministério Público da Paraíba como chefe de uma organização criminosa formada para desviar verbas de diversos setores públicos. A Operação igualmente faz uma conexão entre desvios de recursos públicos com aplicação nas campanhas eleitorais de 2010, 2014 e 2018. Esta última co, pagamento de R$ 1,1 milhão para a campanha socialista que elegeu João Azevêdo em troca da manutenção em vigor dos contratos das organizações sociais.
Em nota que tornou pública ontem à tarde por redes sociais, o ex-governador queixou-se que sua prisão preventiva foi decretada no bojo de uma acusação genérica de que ele supostamente faria parte de uma organização criminosa. “Estou em viagem de férias previamente programada, mas estarei antecipando meu retorno para me colocar à inteira disposição da Justiça brasileira, para que possa lutar e provar minha inocência”, destacou Coutinho, cujo irmão Coriolano foi preso sob acusação de controlar pagamento de propinas. O ex-governador pontuou que “sempre estive à disposição dos órgãos de investigação e nunca criei obstáculos a qualquer tipo de apuração”. Acrescentou, ainda, que “jamais seria possível um Estado ser governado por uma associação criminosa e ter vivenciado os investimentos e avanços nas obras e políticas sociais nunca antes registrados”. Por fim, lamentou que “a Paraíba esteja presenciando o seu maior período de desenvolvimento e elevação da autoestima ser totalmente criminalizado”.
No final da tarde de ontem, foi divulgado pela Polícia Federal um balanço parcial das prisões efetuadas na sétima fase da Operação Calvário. 13 mandados de prisão foram cumpridos, sendo nove na Paraíba, um no Rio de Janeiro, dois no Rio Grande do Norte e outro no Paraná. Igualmente foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão. Os alvos da Operação Calvário, ontem, foram Ricardo Coutinho, Estelizabel Bezerra, Márcia Lucena, Waldson de Souza, Gilberto Carneiro, Cláudia Veras, Coriolano Coutinho, Bruno Miguel Teixeira, José Arthur Viana Teixeira. Também figuravam na lista Breno Dornelles Pahim Neto, Francisco das Chagas Ferreira, Denise Krummenauer Pahim, David Clemente Monteiro Correia, Márcio Nogueira Vignoli, Valdemar Ábila, Vladimir dos Santos Neiva e Hilário Ananias Queiroz Nogueira.