O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou duramente a política ideológica do presidente Jair Bolsonaro na área cultural e comparou a atuação do atual governo ao do ditador nazista Adolf Hitler na Alemanha. A manifestação de Lula ocorreu durante evento com artistas no Circo Voador, no Rio de Janeiro, na noite de ontem. O ex-presidente está em liberdade desde que o Supremo Tribunal Federal decretou a sua soltura após cumprir pouco mais de um ano de prisão na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Para Lula, o presidente Jair Bolsonaro promove uma “vingança” contra os artistas que promoveram a campanha “Ele Não” durante as eleições de 2018. O ex-presidente aproveitou para teorizar, afirmando: “Cultura é vida, e o atual governo vive de promover a morte. Cultura é libertação e o Bolsonaro é contra todas as formas de liberdade, inclusive a de pensamento, de expressão”. Lula da Silva estava acompanhado pela ex-presidente Dilma Rousseff, pelo ex-candidato a presidente da República Fernando Haddad, pela presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, pelo deputado Marcelo Freixo, do PSOL, pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro e pelos pais da vereadora Marielle Franco, do PSOL, assassinada em março do ano passado.
Lula afirmou que deseja restabelecer as relações com o PSOL, o PCdoB e grande parte do PDT, convocando uma união do campo progressista e pediu de forma bem humorada aos jornalistas presentes que não deturpassem suas palavras. “Tem muito jornalista aí. A favor, sei que tem poucos. Vou fazer questão de ler para não deturparem cada palavra que eu falo. Senão, daqui a pouco vão dizer que eu sou o pai do Leonardo DiCaprio”, disse, referindo-se ao ator acusado por Bolsonaro de financiar ONGs para promover queimadas na Amazônia. Marcelo Freixo fez questão de pregar a unidade para conquistar o Rio na próxima eleição. “Nossa união vai vencer o extremismo”, prognosticou ele. O PT já deu indícios de que deverá apoiar Freixo, por determinação de Lula.