O ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), hoje procurado pela Interpol em todo o mundo, estaria escondido na Turquia, país que não tem acordo de extradição com o Brasil, à espera do julgamento de um habeas corpus interposto por seus advogados junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. A informação circula entre integrantes do grupo político de Ricardo Coutinho, acusado de chefiar uma organização criminosa que roubou ao menos R$134,2 milhões de recursos públicos destinados à Saúde, em seu governo.
Conversas gravadas de Coutinho mostram uma combinação para a divisão do produto do roubo. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Federal na Paraíba, está convencido de que Coutinho soube que sua prisão preventiva seria decretada e tratou de fugir. A defesa de Coutinho é liderada pelo ex-ministro do STJ Gilson Dipp, que no habeas corpus alega ser incompetente o Tribunal de Justiça da Paraíba para comandar as investigações do escândalo envolvendo o ex-governador e também figuras que até pouco tempo atuavam no governo de João Azevêdo.
Numa mensagem postada em rede social, sem indicar o paradeiro, o ex-governador Ricardo Coutinho prometeu que se apresentaria à Justiça por ter convicção da sua inocência em face das acusações imputadas a ele. O ex-governador se disse “em férias” no exterior e estranhou a ordem de prisão preventiva emitida por um integrante do Tribunal de Justiça do Estado. Até a tarde de hoje o governador João Azevêdo, que era aliado político de Ricardo e se desfiliou do PSB, não se pronunciou à opinião pública paraibana sobre os últimos acontecimentos resultantes da chamada Operação Calvário, em sua sétima fase, denominada de “Juízo Final”.