Kubitschek Pinheiro
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Eu queria escrever sobre o Calvário de cada um, mas quem sabe menos das coisas, sabe muito mais que Eu, o poeta do delírio. Já basta a minha cruz. Adoro janeiro. Mas o certo é ser fevereiro. Se não fosse o mar, estávamos todos fodidos. Puxa vida! Passou dezembro e eu nem espoquei o Dom Pérignon? Às vezes irrita ter que pular carnaval no carnaval e ter que dizer alvíssaras – de feliz no ano novo de novo. Então, tô assim na maior das dúvidas – ou seja, em Janeiro vou para o Rio procurar as folhas de sonho no jardim do Solar ( da Fossa) Adios, 2019.
Toda operação tem o pós operatório, mas me parece que a Calvário, não tem não. “De que o senhor se operou?”, pergunta uma anciã no corredor da morte. “De uma hérnia de disco voador”, responde o finado Raul Seixas Santana. Ué, Santana não é o guitarrista mexicano? Então, como disse Leila Diniz, tem muita gente se ferrando e só vai resultar numa coisa: vai faltar ferraduras. Não, Leila disse que o homem tem que ser durão. Saudades de Fred Pitanga.
Na calçada da casario de Joaquim Marques Lisboa, o nosso Almirante Tamandaré, a blogueira gostosa disse que tem medo de bicho papão. Na outra Esquina, na 4400, a antiga Lobrás, Jacaré grita que o rei está morto, mas não foi posto outro no lugar. Como canta Teixeirinha, adeus Mariana, que eu já vou me embora.
Personagens inverossímeis e não estou falando de zumbis, esbarram uns nos outros em meio a cenas tão mirabolantes e fúnebres, que depois de um tempo, viram pó
Estive circulando na Praça João Pessoa, indo almoçar uma buchada lá perto do Rio Sanhauá e escutei algumas idiotices de quem recebe rosas e as amassam. É Natal, né?
Na Rua da Areia entro numa espelunca e duas donas me comem como se eu fosse uma fotografia. Longe de um romance, a cidade velha tá melhor que a nova, a repetida beira mar, com putas tristes, que perdem a pose na hora de cair “no Real”. Dio como ti amo.
Antigamente fazia sentido tomar todas e sair cambaleando para casa entre a dança dos tamboretes e o sex appeal, pra não dizer que éramos precoces, mas a vida era outra e não tínhamos o calvário de todo santo dia. Um dia ( em 1973), transei com uma garota com a cara de Brigitte Bardot. Quase que eu fiz um menino traquino, antes do filme “E Deus criou a mulher”, de Roger Vadim, de 1956. Ué, Deus criou a mulher quantos anos a.C.?
O centro da capital PB, está cheio de buchudos e elementos com cara de pancadaria entre figuras que arrastam suas doenças até o Boa Sentença. Aliás, nunca entendi porque aquele cemitério chama-se Boa Sentença. A sentença dos vivos é outra, né?
Ué, eu ia almoçar uma buchada e terminei comendo um cachorro quente, num cubículo ao som do blues da piedade. É isso mesmo? Só Jorge Jesus salva! Salve o flamengo!
Ei! Solta meu Gif! Alfinetar é a crucificação de uma religião descrente, chamada ironia. Do destino.
E os Koalas? Oi tudo bem tchau.
Kapetadas
1 – Desde então, só o que faço é procurar pequenos animais para me alimentar, tal qual um Pterodáctilo do Mezoico que sou.
2 – Olhai os lírios do campo enquanto é de graça. Estou certo, Cristiane Rodrigues?
2 – Florbela Espanca. Poesia e violência.
4 – Bom humor é afrodisíaco desde que você não seja feio.
5 – Som na caixa: “To me guardando pra quando o carnaval chegar”, Chico B
6 – Illustration – Shutterstock.