Kubitschek Pinheiro
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O Papa Francisco bateu na mão de uma mulher, que o tentava puxar na Praça de São Pedro, no Vaticano. A senhora anônima pareceu minha mãe, ou a mãe de Gorki. Minha mãe batia em mim com sua mão, uma palmatória de carne e osso. Nesse caso, uma mão não lava a outra.
Uma mão de vaca captou as imagens que foram divulgadas amplamente nas redes sociais. Prato cheio para a humanidade que vive em pé de guerra. Imagina se fôssemos centopeias. Minha mãe me obrigava a comer pratos de papa no jantar, às 17h.
Esqueça os prognósticos. Embarque nas sinas. Corra da sua vida Severina. Abrace a exceção, se é que ela existe. Seja tudo ou nade, mas nade muito porque o tempo é o cupim das agendas. Sensato, senzala, serenata no sereno. Onde andará o menino que veio do Engenho?
Seja sorte, azar, desunião, realidade e comunidade. Sem maldade. Preconceito e a supremacia do jeito que nos motiva a escrever palavras com letras de carvão. Lição. Lixão. Macarrão. Estômago.
O filosofo alemão Walter Benjamin, afirmou que a arte de narrar torna-se pior quando se fundamenta na ideia de transmissão de uma experiência no sentido pleno. Como assim? Por aí. Arriscaria dizer que todas as letras e lombrigas no bucho dos analfabetos albertos, adalbertos, américos e conceição, continuam a fervilhar.
Eu sugiro partir a partir da própria experiência para basear obras e obreiros, olheiros valorizados por essa tradição mentirosa, engenhosa, desde a função social e sexual. Caos rasteira ludibriando ladeira abaixo. Inchaço. Quero não.
Seria a cena assim tão nociva puxar a mão do Papa para compor a base da arte de narrar a história, se o prato predileto dessa ressaca são miolos cinzentos? Se sim, como reconhecer um caminho válido para se amar a narrativa? A resposta as duas questões passa pelo mesmo caminho: dos índios e das Índias.
Pai sertão, mãe litoral, irmãos do mato sozinhos. Cabe a cada um, cada outro, osso, dureza e conscientização. A meta era transformar, romper, crescer, morrer, renascer. Adeus.
Náuseas coloridas, terremotos, tremedeiras, tiroteios, tudo contém em si verdades e mentiras. Globalizados atalhos, galhos, macacos, alhos e bugalhos. Comunidades heterogêneas, gêmeas, incestos e fetos nos cestos. Isso é o caos. Redundância.
Olhos nos olhos, dentes esburacados faltando onde uma risada faria mais sentido, porém sofrido; pele e osso simplesmente, visagens. Novas imagens? Cadê? Deixem o Papa em paz!
Kapetadas
1 – Por Deus entenda qual o sentido de compartilhar pontos e virgulas, samba e agonia, fantasia.
2 – O calor tá tão grande, falta pouco pra coisa nenhuma.
3 – Som na caixa: “Me dê a mão. Vamos sair pra ver o sol”, Jobim e Dolores Duran.