A denúncia protocolada nesta segunda-feira (13) pelo Ministério Público estadual, que envolve o ex-governador Ricardo Coutinho e outros 34 investigados na 7ª fase da Operação Calvário, conta com 223 páginas.
Os investigados são divididos por núcleos. O Núcleo Político é composto por Ricardo Coutinho, Estela Bezerra, Cida Ramos e Márcia Lucena.
No Núcleo Administrativo estão Waldson de Souza, Gilberto Carneiro, Coriolano Coutinho, Edvaldo Rosas, Cláudia Veras, Aracilba Rocha, Livânia Farias e Ivan Burity.
Os demais investigados estão espalhados pelos núcleos Financeiro Operacional, Econômico e também na área da Educação.
Na denúncia, o MPPB diz não haver dúvida de que Ricardo Coutinho era quem comandava a organização criminosa.
“Embora o foco da investigação tenha se centrado nos eventos relacionados à chegada de Daniel Gomes à Paraíba, em 2011, o denunciado Ricardo Coutinho já havia iniciado a estruturação da Orcrim (que ganharia corpo depois), dentro da prefeitura Municipal de João Pessoa, como se observou nas investigações relativas ao “caso cuiá”, “jampa digital”, “do gari da emlur” e “dos livros”, os quais começaram a desnudar os bastidores da sociedade em questão e parte dos seus principais atores”, destaca o MPPB.
A Operação Calvário foi desencadeada no dia 14 de dezembro de 2018 para investigar núcleos de uma organização criminosa, gerida por Daniel Gomes da Silva, que se valeu da Cruz Vermelha Brasil – filial do Rio Grande do Sul (CVB/RS) e do Ipcep como instrumentos para a operacionalização de um esquema de propina no Estado da Paraíba. A organização seria responsável por desvio de recursos públicos, corrupção, lavagem de dinheiro e peculato, através de contratos firmados junto a unidades de saúde do Estado, que chegaram a R$ 1,1 bilhão.