Nonato Guedes
O diretório municipal do Democratas, em João Pessoa, anunciou para hoje o lançamento da pré-candidatura do ex-vereador e suplente de deputado estadual Raoni Mendes a prefeito da Capital, estando prevista reunião nesta manhã na sede da agremiação para acertar os últimos detalhes. Além de Raoni, o partido havia cogitado outros nomes como parte da estratégia de lançar candidatura própria para fortalecer a agremiação, dentro do processo de reestruturação que já fez do DEM, sucedâneo do PFL, fiel da balança em disputas majoritárias estaduais.
Integrando a base de sustentação do governo João Azevêdo (sem partido), com o ex-senador Efraim Morais ocupando uma secretaria de Estado, o Democratas conta com o deputado federal Efraim Filho como seu nome mais representativo, mas descarta qualquer possibilidade de lançamento dele às eleições na Capital este ano. Raoni é considerado um postulante com “bom perfil”, em condições de oxigenar o Democratas e atrair faixas do eleitorado jovem, neutralizando o desencanto que predomina na sociedade com relação a partidos e lideranças políticas em geral. A estratégia do DEM, em paralelo, será a de massificar a legenda em cidades do interior do Estado, a partir de Cabedelo, com o apoio à reeleição do prefeito Vítor Hugo, que migrou para a legenda.
A adesão de Vítor Hugo, costurada com o empenho direto do deputado Efraim Filho, contou com a presença do prefeito de Salvador, ACM Neto, dirigente nacional do Democratas e foi encarada como pontapé da largada para o pleito municipal. No reverso da medalha, a presidente do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores em João Pessoa, Giucélia Figueiredo, emitiu declarações, ontem, informando que o PT está preparado para qualquer cenário nas eleições vindouras e que, no momento certo, o partido anunciará sua posição. Até então, grupos influentes dentro do PT vinham apregoando o apoio à hipotética candidatura do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), que, no entanto, teve sua situação complicada com novas denúncias envolvendo seu nome na Operação Calvário, que apura desvios de dinheiro da Saúde e Educação.
– Temos uma relação de muito respeito com todos os aliados do campo democrático e popular. O PT tem sua própria agenda, nossas instâncias estão funcionando, construindo novas filiações com critérios e, a exemplo do que aconteceu em 2016, nossa militância participará da decisão sobre qual rumo o partido tomará nas próximas eleições. Uma coisa é certa: dispomos de excelentes nomes e estamos preparados para qualquer cenário – reafirmou Giucélia Figueiredo, enfática. Acredita Figueiredo que as eleições de 2020 serão fortemente ideológicas e influenciadas pelo cenário nacional. Na sua definição, o país está sendo governado por uma aliança que reúne a maldade e a ignorância. Giucélia defende a unidade entre as forças de esquerda.