Nonato Guedes
Indignado com texto veiculado no site “Paraibaja”, que a pretexto de noticiar a condenação do ex-senador Lindberg Farias (PT-RJ), natural de João Pessoa, ilustrou uma matéria com foto do ex-senador Cássio Cunha Lima (PSDB), dando a entender que o condenado teria sido ele, o líder tucano rompeu o silêncio que vinha mantendo sobre questões políticas locais e reagiu de forma veemente através de rede social, dirigindo-se à opinião pública do Estado. Ex-governador da Paraíba por duas vezes, ex-prefeito de Campina Grande por três vezes, ex-superintendente da Sudene e ex-deputado federal, Cássio informou que em trinta e dois anos de vida pública “jamais fui réu em qualquer ação penal e nunca sofri qualquer acusação de desvio de dinheiro público”.
– Se até em casos flagrantemente falsos como este eles agem assim, imagine como fazem em situações em que a mentira não é tão escancarada. Infelizmente, foi assim que a quadrilha montada no governo do Estado operou sua máquina de destruição de reputações. Assim eles ganharam eleições, macularam honras, consolidaram mentiras, massacraram adversários e enganaram o povo paraibano. Engodo e mentira, tudo pago com dinheiro público e com propinas da Saúde e da Educação, sem falar em outras roubalheiras ainda não descobertas ou reveladas – desabafou Cássio Cunha Lima, referindo-se à Operação Calvário, do Ministério Público e Gaeco, que citou o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) como suposto chefe de organização criminosa atuante em gestão pactuada com organizações sociais contratadas pelo seu governo, a exemplo da Cruz Vermelha.
Ao concluir sua mensagem à opinião pública, o ex-senador Cássio Cunha Lima admoestou: “Não importa que os mentirosos sejam altos, magros e de passos largos. A mentira sempre terá penas curtas. E finas”. Enquanto isso, o Ministério Público de Contas do Estado da Paraíba (MPC) encaminhou, ontem, ao presidente do Tribunal de Contas do Estado, Arnóbio Viana, um recurso de revisão do contrato de gestão firmado entre a Secretaria de Estado da Saúde e a Cruz Vermelha Brasileira, filial do Rio Grande do Sul, na gestão do ex-governador Ricardo Coutinho, entre 2011 e 2012. O órgão, que pretende rever, sobretudo, a dispensa de licitação que foi executada, reivindica a devolução de R$ 2.128.404,18 ao erário público, relativas a taxas de administração pagas à Organização Social. Na época em que foi analisado o contrato, o Ministério Público de Contas chegou a emitir parecer desfavorável à aprovação, inclusive pugnando por imputação de débito ao gestor da Cruz Vermelha Brasileira.