Admitindo a hipótese de eclosão de casos de “coronavírus” na Paraíba, o secretário de Saúde do Estado, Geraldo Medeiros, preveniu, ontem, a população, para ficar alerta, embora observe que não há motivo para pânico. De acordo com ele, o governo da Paraíba preparou um Plano de Ação para monitorar eventuais casos, bem como para o fluxo de atendimento numa emergência. Três hospitais, dois deles em João Pessoa, são referência para atendimento de pacientes de pacientes com suspeita da doença que, até ontem, registrava nove casos suspeitos no Brasil.
Geraldo Medeiros concedeu entrevista coletiva para repassar informações sobre o que qualificou de “pandemia” que já atinge 20 países na Oceania, Ásia, América do Norte. “Estamos diante de um vírus de alta letalidade e vamos precisar de leitos, hospitais e UTIs”, prognosticou o secretário, salientando que as três unidades hospitalares-referências têm “expertise” em doenças infecto-contagiosas e adiantou que a Secretaria de Saúde do Estado está em sincronia com as determinações do Ministério da Saúde. As notificações já feitas no Brasil e, especificamente, no Ceará, conforme Medeiros, são sinais para a adoção de medidas profiláticas.
Na Capital, o Hospital Universitário Lauro Wanderley atenderá a pediatria e o Complexo Hospitalar Clementino Fraga vai receber os demais pacientes. Já em Campina Grande, o Hospital Universitário Alcides Carneiro oferecerá suporte na região do Agreste. Ao todo, as unidades possuem 34 leitos entre UTI e enfermarias, número considerado suficiente, por enquanto, pelo secretário Geraldo Medeiros. Se houver necessidade, poderão surgir mais leitos, e pacientes do Sertão e regiões mais afastadas contarão com transporte aeroviário para transferência.
O secretário opinou que as pessoas não devem confundir sintomas de gripe comum, criando um fluxo maior nas unidades de referência e inviabilizando o atendimento. “Só deve buscar as unidades quem teve contato com casos confirmados no exterior, com pessoas que vieram da China e apresentam tosse, febre e desconforto respiratório, que é o que mais preocupa e deve levar os profissionais a terem alto grau de suspeição”, acrescentou. Ele estima em 3% o percentual de pacientes infectados com o “coronavírus” que evoluem para óbito. Para 20% a 30%, segundo o secretário Geraldo Medeiros, não há necessidade de internação.