Nonato Guedes
O deputado estadual Felipe Leitão, do Democratas, é favorável à instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia para investigar a relação das Organizações Sociais com o governo do Estado, bem como a uma ampla discussão sobre a Fundação PB Saúde, projeto tido como prioritário pelo governador João Azevêdo (Cidadania) e que devolve a gestão do setor à secretaria de Estado e a órgãos subordinados. Leitão estranhou, inclusive, não ter sido procurado pela oposição para subscrever o pedido de CPI apresentado pelo deputado Walber Virgolino, do Patriota.
Em declarações ao programa “Correio Debate”, da rádio 98 FM, Felipe Leitão explicou que tem posição cautelosa em relação à Fundação PB Saúde por ser membro da Comissão de Constituição e Justiça da Casa de Epitácio Pessoa. “É fundamental uma análise detalhada, pois poderemos estar dando um cheque em branco ao governo do Estado. A minha concepção é a de que devemos pensar mais adiante, porque daqui a quatro anos poderemos ter outro governador, e não podemos errar com contratos administrativos e implementação de órgãos criados em situação excepcional”, adverte. Segundo ele, esse é um preceito que vale para os próprios deputados alinhados com o governo, “mas que como representantes do povo devem satisfações à sociedade”.
Sem meias palavras, Felipe Leitão admitiu que deputados do bloco parlamentar denominado de G11 estão insatisfeitos com algumas posições adotadas por secretários de Estado. “Tem muito secretário que “se acha” mais importante que o governador e tem colegas que levam chá de cadeira em secretarias, sendo desatendidos pelos titulares das pastas. É uma postura de verdadeiro desrespeito”, comentou Felipe, mencionando pelo menos um nome: o do médico Geraldo Medeiros, que é secretário de Saúde. Comentando a indicação do deputado Júnior Araújo, do G11, para assumir a secretaria de Governo, o deputado do DEM frisou que não se tratou de indicação do grupo mas foi uma escolha estritamente pessoal do governador João Azevêdo, aceita pelo deputado. “Nós respeitamos a decisão do colega, mas tínhamos um acordo interno de que ninguém iria aceitar compor o governo”, alertou.
Felipe Leitão, por fim, descartou a hipótese de ser candidato a prefeito de João Pessoa nas eleições deste ano, como vinha sendo cogitado nos meios políticos, mas salientou que o diálogo para uma possível disputa à prefeitura de Cabedelo ainda está em aberto. “Temos recebido um chamamento por parte da população e da oposição da cidade portuária, mas ainda estamos conversando acerca dessa possibilidade”, argumentou. Em Cabedelo, o atual prefeito Vítor Hugo, recentemente filiado ao Democratas, já se anunciou candidato à reeleição. A cúpula estadual do DEM deverá fazer gestões para conciliar as pretensões de Vítor Hugo e Felipe Leitão.