Kubitschek Pinheiro
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O nome dela é Rosa. “O senhor veio tarde hoje, doutor?”, indaga ela, quando passo depois do chá das 5. Não seria nunca minha amante. Rosa me vende abacate, mamão e uvas sem caroço. Talvez a costureira, a bela Mislene, uma morena trintona, que me abraça forte e alguma coisa nos impede de chegar ao Consommé. Acho que a presença de sua assistente atrapalha o tráfego.
Disfarço que estou disfarçado, mas na verdade sou eu mesmo. Eu sou cordial com o cara que lava meu carro, um jovem que mora no “Cordão Encarnado”, onde nasceu o educado Antonico, que se afastou de mim, por causa de uma Gasga Batista cansada de guerra. O flanelinha faz a deferência hilariante: “Quer dar um brilho no carro hoje, doutor?” Só se for com brilhantina.
Outro dia comentei com EdyNamei que eu vou sair nas Virgens de Livândia Metamorfose. Ela não entendeu nada. Nem eu. Tem gente que fala comigo como se eu fosse o apanhador do campo de centeio. A irmã da minha mãe, Cassiopeia, era casada com Cefeu, rei da Etiópia.
Uma paradinha na Esquina das Nações Desunidas, procurando Big Boy e não encontro. Conheço três Penhas: uma trabalha no meu gabinete, onde fico pela manhã, mas só a vejo no final da tarde, quando estou voltando com as bananas Pacovan.
A outra Penha, nossa vizinha, escuta hinos evangélicos bem alto. Aliás, nosso cachorro, um perdigueiro, só obedece a ela, que foi casada com Paulino Pinto, um delegado de polícia assassinado em 1940 e que virou nome da minha rua. A outra Penha, é uma santa. Amém.
Claro que eu amava Zilma, a senhora que rezava em mim, bem cedinho na caminhada do Cabo Branco. Eu gosto do frentista que vem falar comigo rindo, lá no Posto de Afrânio, na Beira Rio. Parece com Tony Tornado.
Meu professor Ozorio não gosta de mim. E deixa confissões no gravador. Para ele,a verdade é nua e crua. Mas eu estou indo embora morar no New York Times. Minha advogada J já providenciou as passagens. Antes, vou ao Pilates, encontrar a professora Leonia e dizer “adios” a Marcionila. Ontem conheci um Big Brother & um Corona Vírus.
A semana passada minha colega de balé, Lia de Jacarapé (às vezes me lembra Carrie, a estranha), me avisou que Marcionila não para de perguntar por mim. Não sei por que tal senhora se apaixonou por mim. Se pelo menos fosse Andrômeda…
Não é possível que um cerumano não possa ter umas horinhas a mais só para devorar sem decifrar.
Gabriela, que foi Parente de Jorge, agora mostra os dentes para me morder. O insta dela é @Gabilirica Adora dançar comigo, pensando em Chico César. Eu não acho que se deve dar a ser césar o que não é de césar.
Lembram de Amaury do Quiosque? Morreu de solidão. Jesuino se mandou pra Bahia de todas as santas. O gazeteiro inventou de me pedir dinheiro o ano inteiro. O nome dele é Lucas Vigário Geral. Parece isso.
A cartomante Garlete disse que eu vou ficar milionário, ela não. Minha irmã Valentina veio do Planalto e, com o filho Cowboy de Alexandria levou o rádio que meu pai me deu. Chorei até ficar com dó de mim.
O contador era Doca, casado com a dona Rita, por quem fui apaixonado no passado. Eu tenho medo de amar porque o amor é uma sentença. Do olho d´água da minha retina, eu penso no tempo de antes de eu nascer. Benção, pai!
Dona Ana Gilda é síndica do prédio Maison Tropical, onde falta água todo dia. Combinamos um café, mas ficou só no pó. Aliás, ao pó voltaremos. DêJota não é um DJ de batidão funk. Ele é o doutor dos dentes, que só vejo quando dói o meu queiro ou não queira. Ia saindo da ilha de edição, quando Lelê Guedes me apresentou o deputado Ozildo Barata. Adeus!
Pois bem, quem eu quero não me quer quem me quer mandei embora.
Kapetadas
1 – Gente do céu, eu aqui assustado quando vi que o Kirk Douglas morreu com 103 anos e depois lembrei que quem fez Instinto Selvagem foi o filho dele.
2 – Vão passar 100 anos e a Banda Eva vai continuar cantando a música do Rádio Táxi.
3 – Som na caixa: “Noutro plano te devoraria tal Caetano, a Leonardo di Caprio”, Djavan