O senador Veneziano Viral do Rêgo (PSB-PB) lamentou a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, que classificou os servidores públicos brasileiros de “parasitas”. Segundo Veneziano, a fala do ministro não é apenas desrespeitosa por si só, mas sobretudo por representar fielmente atos praticados pelo governo que prejudicam milhares de trabalhadores em todo o país.
Guedes comparou os servidores públicos a “parasitas” na última sexta-feira (07), ao comentar as propostas de reforma administrativa que o governo pretende enviar ao Congresso. A crítica foi feita durante palestra em um seminário sobre o Pacto Federativo, na Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas.
Na oportunidade, Paulo Guedes também criticou o que considera “privilégios” dos funcionários públicos, como a estabilidade no emprego e o que classificou de “aposentadoria generosa”. Para o ministro, devido a esses benefícios, não faz sentido o governo conceder reajuste anual de salários aos servidores.
Veneziano disse que a fala do ministro foi uma “agressão gratuita e desnecessária” e que, além do termo “extremamente inapropriado” utilizado pelo ministro, as críticas a conquistas de décadas dos servidores – como é o caso da estabilidade – mostram que o governo do presidente Jair Bolsonaro tem como um de seus propósitos o de prejudicar trabalhadores, retirando conquistas e atuando para reduzir salários.
Ele também lembrou a ameaça de Guedes, em março do ano passado, quando afirmou que o governo iria cortar os salários dos servidores públicos, caso a reforma da Previdência não fosse aprovada.
“Mais do que palavras, o governo tem feito ações em desfavor dos trabalhadores. A máquina pública no Brasil funciona graças à dedicação de muitos que atuam no serviço público. O problema é que quando um serviço não funciona a contento, o governo tende a se eximir da culpa e coloca-la toda em cima dos servidores. Desta forma, joga a população contra os trabalhadores e aproveita para continuar seu estado de inércia em relação aos avanços que o país precisa”, afirmou o Senador.
Após a fala do ministro, pelo menos 32 entidades que representam servidores públicos brasileiros emitiram notas de repúdio e anunciaram a disposição de denunciar Paulo Guedes à Justiça e à Comissão de Ética da Presidência da República, considerando que o ministro cometeu crimes de calúnia, difamação e assédio institucional.
Dentre as entidades estão a Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco Nacional); a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), dentre outras.
Assessoria de Imprensa