Nonato Guedes
Na mais veemente reação externada em defesa do seu mandato e do mandato da vice-governadora Lígia Feliciano, do PDT, o governador João Azevêdo (Cidadania) qualificou como “excrescência” o pedido de impeachment de ambos formulado na Assembleia Legislativa pelo deputado Walber Virgolino (Patriota), com apoio de mais onze parlamentares do bloco de oposição, que apontam suposto envolvimento dos gestores com irregularidades apuradas na Operação Calvário, conduzida pelo Ministério Público. Em declarações, ontem, a jornalistas, Azevêdo disse que o deputado federal Damião Feliciano (PDT), marido de Lígia, fez uma leitura correta do processo ao dizer que ele é desprovido de qualquer substância jurídica indispensável ao seu prosseguimento.
– Primeiro que não se faz impedimento de duas pessoas ao mesmo tempo. Isto seria inusitado em todo o mundo. Segundo, para que haja um processo de impeachment é preciso que se tenha crime de responsabilidade, e evidentemente isso não existe da parte do atual governo – fulminou o governador, assinalando que tem confiança na sua base de sustentação no Poder Legislativo Estadual. Para ele, o processo tende a ser resolvido rapidamente por inconsistência de fundamentação, apesar das alegações dos deputados oposicionistas de que elementos comprometedores foram apurados pelo Ministério Público.
João Azevêdo comentou que o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adriano Galdino (PSB) tem a verdadeira noção do que esse processo representa para a democracia. Para ele, se houver continuidade do pedido de impeachment, estará caracterizada a tentativa de “golpe”, com isto parodiando a qualificação atribuída pelo Partido dos Trabalhadores, em nível nacional, ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. O deputado licenciado João Gonçalves, que exerce a secretaria de Articulação Política do governo, salientou que não há qualquer fato concreto que possa embasar a proposta. “Tudo não passa de um palanque eleitoral, mas o governador e sua bancada, que têm compromisso com os interesses da Paraíba, não se afastarão dessa linha”, pontuou.
O secretário de Agricultura, Efraim Morais, presidente do diretório regional do Democratas e ex-senador, defendeu que todos os secretários e representantes de movimentos sociais devem estar solidários ao governador João Azevêdo e à vice-governadora Lígia Feliciano. Frisou que não há sentido algum na proposta de impeachment. “O que há é um barulho desnecessário. Não existe motivo dentro do governo para esse impeachment. O que aconteceu lá atrás não é justificativa para tanto. Acredito que o movimento não vai adiante, até porque a Justiça não permitirá isso”, argumentou Efraim. João Gonçalves detonou, também, o pedido de abertura de uma CPI para investigar organizações sociais que atuaram na Paraíba nos setores de Saúde e Educação. “É desnecessária porque a Polícia Federal tem todos os mecanismos para investigar, assim como o Ministério Público”, concluiu.