O Diário Oficial do Estado traz na sua edição de hoje a publicação do ato de nomeação, pelo governador João Azevêdo, do deputado Júnior Araújo para assumir o cargo de Secretário Chefe de Governo. Com isso, abre-se vaga para que o suplente de deputado Anísio Maia, do Partido dos Trabalhadores, seja efetivado na titularidade na Assembleia Legislativa da Paraíba. Acordo nesse sentido foi fechado desde a semana passada quando havia expectativa de anúncio da permanência do PT na base do governador Azevêdo (Cidadania). A reunião para decidir a questão, porém, foi cancelada a pedido da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, que sinalizou outros rumos para a seção paraibana petista.
A Secretaria de Governo estava vaga desde o dia 18 de dezembro, quando o governador exonerou Edivaldo Rosas, um dia depois da deflagração da sétima fase da Operação Calvário, na qual o Ministério Público pediu a prisão do ex-dirigente do PSB, negada pelo desembargador Ricardo Vital, relator do processo no Tribunal de Justiça do Estado. Edvaldo Rosas presidiu o antigo diretório estadual do Partido Socialista Brasileiro, que foi destituído pelo ex-governador Ricardo Coutinho, com a anuência da direção nacional presidida por Carlos Siqueira (PE). O líder socialista alegou que era incompatível o exercício simultâneo do comando da legenda e de uma secretaria de Estado por parte de Edvaldo. A medida agravou as divergências entre Ricardo e Azevêdo, culminando com a desfiliação deste do PSB.
Na Assembleia Legislativa, a deputada Cida Ramos, do PSB, bastante ligada a Ricardo Coutinho, afirmou que sua postura na nova fase da Assembleia, que reabriu os trabalhos, será de independência nas votações de projetos de lei que estiverem em discussão na Casa, sobretudo os que forem encaminhados pelo governo do Estado. Ela negou, entretanto, que pretenda formar na bancada de oposição à gestão de Azevêdo. “Continuarei votando em tudo o que for referente ao bem-estar e ampliação de políticas públicas. Fui eleita com uma mensagem muito forte, para a defesa dos direitos sociais e, durante esse tempo todo do recesso, as pessoas diziam para me manter firme e na defesa daquilo que construí ao longo da minha trajetória. Meu voto será de consciência”, expressou.
E acrescenta: “Todas as vezes que o governo acenar no sentido de fortalecer as políticas públicas, e de estar ao lado do povo da Paraíba, eu também estarei. Não farei oposição por oposição”. Cida sinalizou que uma das pautas do governo que tem seu apoio é a da criação da Fundação PBSaúde, destinada a gerenciar unidades hospitalares na Paraíba. Salientou que somente agora está de posse dos subsídios referentes à institucionalização da PBSaúde e que se reserva o direito de fazer uma análise aprofundada, mas, a priori, tem a intenção de apoiar a iniciativa por se tratar de matéria relevante para o interesse público.