Nonato Guedes
O líder do governo João Azevêdo na Assembleia Legislativa, deputado Ricardo Barbosa (ainda filiado ao PSB), qualificou como “incoerentes” os deputados de oposição que no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça da ALPB votaram contra a mensagem criando a Fundação PBSaúde, destinada a gerenciar os hospitais da rede pública paraibana. Barbosa explicou que o governador João Azevêdo criou a Fundação atendendo a um reclamo dos próprios oposicionistas e com a filosofia de substituir organizações sociais que foram descredenciadas por envolvimento com pagamento de propinas e desvio de recursos públicos investigados na Operação Calvário, do Ministério Público.
Ricardo Barbosa disse que tem dificuldades para entender o posicionamento dos oposicionistas na CCJ e externou a sua confiança em que, por ocasião da apreciação da matéria em plenário, os votos contrários sejam revistos e a PBSaúde se torne realidade, para melhorar o atendimento às camadas carentes da população. A deputada estadual Camila Toscano, do PSDB, que votou no âmbito da CCJ contra a PBSaúde ressaltou que sua restrição, bem como a de outros deputados, é com relação a aspectos inconstitucionais que constariam do texto da mensagem que o governo do Estado encaminhou à Casa de Epitácio Pessoa para a apreciação.
De acordo com Camila, não há uma reação orquestrada contra a Fundação para gerir a saúde pública no Estado, até porque se constituiu, mesmo, em demanda cobrada pelos deputados ao governo João Azevêdo quando insistiram no descredenciamento de organizações sociais contratadas na gestão de Ricardo Coutinho e “pilhadas” na prática de irregularidades. Ponderou, todavia, que o texto remetido ao Poder Legislativo está eivado de incongruências que precisam ser retiradas sob pena de comprometerem o funcionamento correto da Fundação e os objetivos de atendimento aos usuários da rede pública de saúde. O protesto de Camila foi endossado por outros parlamentares de oposição como Raniery Paulino, do MDB.
Já o deputado Ricardo Barbosa ganhou o endosso do secretário de Saúde do Estado, Geraldo Medeiros, que nas últimas horas estranhou a postura dos deputados e os advertiu para o risco de virem a contribuir para um impasse no gerenciamento da rede pública de Saúde. O secretário Geraldo Medeiros manifestou a convicção pessoal de que o governo João Azevêdo tem sido transparente nas informações aos parlamentares e à opinião pública em geral em torno do formato da Fundação PB Saúde e das suas finalidades. “A linha de transparência continua, faltando que os parlamentares façam a sua parte refletida na aprovação da Fundação a fim de que sejam supridas as carências urgentes da sociedade”, ressaltou ele.