O procurador-geral da República Augusto Aras nomeou seis procuradores para atuar no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Federal na Paraíba. Os nomeados foram: Tiago Misael, coordenador, que atua na região de Patos), Victor Veggi e Antônio Edílio Magalhães, que atuam na região da capital), Bruno Barros e Bruno Galvão (Campina Grande) e João Raphael (Guarabira). Eles iniciam as atividades hoje, com uma reunião de trabalho.
A designação dos integrantes do Gaeco ocorreu depois da aprovação no início do mês, pelo Conselho Superior do Ministério Público Federal, dos referidos nomes. Entre as atribuições do Grupo Especial do MPF no Estado figuram as de prestar auxílio aos procuradores na investigação e persecução de crimes praticados por organizações criminosas e na eventual repercussão civil na improbidade administrativa desses crimes, bem como atuar nos casos em que o procurador-geral da República determinar a intervenção, em virtude de incidente de segurança envolvendo membros ou servidores e proceder à coleta e análise de informações do setor de inteligência.
O coordenador Tiago Misael informou que a criação do Gaeco-MPF Paraíba vem ao encontro das aspirações de diversos procuradores da República, que crescentemente se ressentem de uma atuação integrada e coordenada na investigação e persecução. “Cada procurador somente possui conhecimento sobre os fatos que transcorrem no seu âmbito de atribuição, nunca acessando o panorama completo e, às vezes, contentando-se com sucessos parciais que somente atingem os níveis mais baixos da hierarquia criminosa. Atuando dessa forma, o Ministério Público Federal dificilmente chegará ao topo das organizações e estará apenas parcialmente cumprindo sua missão constitucional , destacou Tiago Misael.
A primeira reunião do Gaeco-MPF/PB está programada para hoje na sede do Ministério Público Federal em João Pessoa. O encontro será uma oportunidade para que os seis procuradores nomeados possam traçar metas e planejar a atuação do grupo para os próximos dois anos. Além da Paraíba, outra unidade do MPF que possui Gaeco é Minas Gerais. O coordenador do Gaeco-MPF/PB frisou que, no caso particular da Paraíba, tem-se assistido, há mais de uma década. À sucessão de casos de corrupção, atrelados a esquemas muito bem organizados de criminalidade, do “colarinho branco”. O papel do Gaeco, como tem sido reconhecido por segmentos da sociedade paraibana, foi de extrema relevância no desvendamento de casos de irregularidades e pagamento de propinas a agentes públicos, bem como desvio de recursos do erário, em conluio com organizações sociais que administravam hospitais da rede oficial e que já foram descredenciadas pelo governador João Azevêdo. As investigações com o auxílio decisivo do Gaeco foram empreendidas no âmbito da chamada Operação Calvário, que colocou na cadeia ex-secretários da gestão Ricardo Coutinho (PSB). Nos próximos dias, inclusive, haverá novo interrogatório do ex-governador socialista para confrontação com denúncias que foram formuladas em depoimentos prestados ao Ministério Público Federal.