Nonato Guedes
Não foi somente o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) que manifestou revolta com a decisão de ministros da Sexta Turma do STJ garantindo a liberdade do ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), implicado na Operação Calvário, do Gaeco e Ministério Público. O deputado estadual Walber Virgolino, do Patriotas, comentou que a decisão mostra que o crime está compensando no País. “Viva a ladroagem. O crime está compensando, infelizmente”, postou o parlamentar em redes sociais, entre irônico e indignado. Pedro Cunha Lima chegou a dizer que a voz de Ricardo Coutinho aparece em vários áudios nas investigações feitas mas que isto não foi suficiente na análise de ministros do STJ. “É revoltante demais”, reforçou.
O deputado estadual Cabo Gilberto, do PSL, revelou que respeita o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça, todavia, discorda frontalmente da decisão. “Tenho certeza absoluta que a maioria da população tem a mesma opinião. Não é brincadeira. Assaltaram os cofres públicos, desviando milhões de reais da saúde, da segurança, da educação, da infraestrutura. Um dia a Justiça chegará ao nosso Estado. Decisões como esta só favorecem a impunidade”, postou no Instagram. A deputada Camila Toscano, do PSDB, também se manifestou a respeito.
– É impossível não se indignar. O crime compensa? O que mais era preciso para prendê-lo? (o ex-governador Ricardo Coutinho). A confissão? Porque só isso que faltou!” – reagiu Camila Toscano. O ex-governador Ricardo Coutinho, nas raras vezes em que se pronunciou sobre acusação de liderar uma organização criminosa para desviar recursos públicos, se disse vítima de perseguição e criticou a suposta “espetacularização midiática” de investigações feitas por agentes policiais. O deputado Pedro Cunha Lima, filho do ex-governador Cássio Cunha Lima, lembrou que há um vídeo sobre a caixa de vinho encontrada na Granja Santana que estava recheada de dinheiro proveniente de propina paga a agentes públicos. “Quantas outras caixas não foram filmadas? São milhões desviados num país indecente que só sabe prender gente pobre”, asseverou.
Impeachment – O G11, bloco parlamentar constituído por onze integrantes da situação e da oposição, com atuação na Assembleia Legislativa do Estado, divulgou, ontem, sua posição sobre o pedido de impeachment apresentado por vários deputados contra o governador João Azevêdo (Cidadania) e a vice-governadora Lígia Feliciano (PDT). O bloco chegou à conclusão – com exceção do deputado João Bosco Carneiro – que não há fundamento no pedido formulado pelo deputado Walber Virgolino para afastar o chefe do Executivo do cargo. O G11 pediu ao presidente da Assembleia, Adriano Galdino, que determine o arquivamento do pedido de impeachment.