O coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba, Octávio Paulo Neto,apesar de afirmar ter recebido com naturalidade a decisão do Superior Tribunal de Justiça de manter o habeas corpus do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), preso na sétima fase da Operação Calvário, para responder em liberdade, adiantou que o trabalho de combate à corrupção e ao crime organizado irá continuar, inclusive, com a interposição de recurso contestando a decisão do STJ. “A resolução faz parte do processo democrático e não nos compete nos imiscuirmos dentro desse espaço decisório. Vamos fazer o nosso trabalho da mesma forma, com a mesma intensidade, e acho que os órgãos de persecução e controle no Brasil têm que ter resiliência. Não somos os donos da verdade mas temos as nossa verdades e vamos sustentá-las até o fim”, salientou.
Octávio Paulo Neto frisou não ter dúvidas da correção do trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Gaeco, bem como da adoção de determinadas medidas e determinadas ações. “Se porventura o Judiciário não acolher essas medidas, vamos buscar os recursos e os meios necessários, democraticamente, como tem sido feito. Não há problema nenhum no fato de o Judiciário entender de maneira diversa. Do mesmo modo, não há problema nenhum no fato de buscarmos o recursos adequados. O nosso trabalho tem sido executado de forma esmerada, serena e equilibrada”, prosseguiu o coordenador do Gaeco. Esta semana, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, numa visita-relâmpago à Polícia Federal em João Pessoa, enalteceu a atuação do Gaeco e Ministério Público demonstrada em operações como Calvário, Xeque-Mate e Pés de Barro.
O ministro Sérgio Moro garantiu todo o apoio indispensável da sua Pasta às ações de combate à criminalidade no país. O coordenador Octávio Paulo Neto comparou que o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado “cuida do pecado e não do pecador”. Com isso, ele procurou abstrair a atuação do Gaeco de qualquer prevenção contra quem quer que seja ou quem tenha algum tipo de poder de influência. E vaticinou: “O nosso trabalho vai continuar sendo feito sem nenhum tipo de biquinho, beicinho, independente de quem quer que seja. Para nós, qualquer pessoa que se contraponha à probidade merece ser alvo de nossas investigações. Qualquer ente, qualquer agente público, independente de títulos eventuais, está sujeito à fiscalização, quer seja dos órgãos de controle, quer seja dos órgãos de persecução”, arrematou ele.