O deputado estadual Raniery Paulino (MDB), líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, declarou que ainda acredita na instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar a relação entre organizações sociais com o governo da Paraíba, alvos da Operação Calvário deflagrada pelo Ministério Público para apurar desvios de recursos públicos da Saúde e Educação. O parlamentar, falando ao programa “Correio Debate”, da 98 FM, salientou que considera fundamental a instalação da CPI, até para que os réus, como o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), possam ser ouvidos e apresentar o contraditório.
Pelo que Raniery deu a entender, a instauração da CPI constituirá frente de batalha do seu mandato a partir de março quando do reinício efetivo dos trabalhos legislativos. O pedido formalizado na ALPB conseguiu atrair, inclusive, assinatura de membro da bancada governista, mas a tramitação ainda não evoluiu. A matéria aguarda um parecer da Procuradoria Jurídica do Poder Legislativo, solicitado pelo presidente Adriano Galdino (PSB). Somente assim haverá informação concreta sobre a sequência do processo de formação da Comissão de Inquérito ou sobre o seu arquivamento. Otimista, o deputado do MDB ressalta que confia em parecer favorável à proposta.
O parlamentar tem defendido a apuração das denúncias sobre organizações sociais como a Cru Vermelha Brasileira que remontam à administração do ex-governador Ricardo Coutinho. Ele justifica que prejuízos de monta foram causados à população paraibana pela atuação criminosa dessas organizações, que pagavam propinas a agentes públicos dos altos escalões do governo paraibano para poder operar livremente no Estado. O governador João Azevêdo (Cidadania) descredenciou as organizações sociais, impedindo-as de atuar no território paraibano com o aval do poder público. Em seu lugar, criou a Fundação PBSaúde para gerir o funcionamento de hospitais da rede pública. O projeto de lei enviado à Assembleia foi aprovado por maioria. O deputado Raniery Paulino votou contrariamente, alegando inconsistências que, a seu ver, precisavam ser corrigidas pelo Poder Público.