O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será agraciado amanhã com o título de “Cidadão Honorário de Paris”. A cerimônia será precedida por uma visita ao Jardim Marielle Franco, inaugurado em setembro de 2019 no Décimo Distrito da capital francesa, em homenagem à vereadora pelo Rio de Janeiro e ativista de direitos humanos, assassinada em março de 2018. A viagem a Paris é realizada a convite da prefeita da capital francesa Anne Hidalgo e a honraria reconhece o “legado de Lula no combate à miséria e sua luta contra a fome”.
O Conselho de Paris, equivalente à Câmara dos Vereadores da capital francesa, decidiu em três de outubro de 2019 agraciar Lula com o título de Cidadão Honorário da cidade, considerando que “os direitos civis e políticos do ex-presidente da República Federativa do Brasil, particularmente engajados na luta contra as desigualdades sociais, foram desprezados”, segundo texto do convite oficial do evento. O ex-presidente foi libertado em 8 de novembro de 2019 após decisão do Supremo Tribunal Federal que modificou o entendimento sobre a prisão após condenação em segunda instância. Lula chegou a cumprir 580 dias de prisão na sede da Polícia Federal. Já foi recebido em audiência no Vaticano pelo papa Francisco.
Ontem, em Paris, Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff se reuniram com lideranças políticas francesas. O ex-prefeito de São Paulo e candidato do PT à presidência da República em 2018, Fernando Haddad, também participou do encontro. Estavam presentes o deputado francês Eric Coquerel e o líder do grupo França insubmissa, Jea –LucMélenchon, que visitou Lula em Curitiba quando o ex-presidente estava preso na sede da Polícia Federal. Enquanto Lula e Dilma são festejados em Paris, no Rio de Janeiro a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, sua filha e o ex-senador Lindbergh Farias foram hostilizados em um hotel, ontem. Eles deixavam o lugar quando um grupo de pessoas gritou e ofendeu o trio. Em um vídeo postado nas redes sociais da deputada é possível ver pessoas gritando “vai para Cuba” e a deputada respondendo “você vai para o inferno”. Gleisi escreveu que está coletando imagens do ocorrido e acionou sua equipe jurídica.
– Eu sou da paz, e política para mim é confronto de ideias, não físico, como pretendem eles. Respondi às agressões porque não aceito e porque não podemos aceitar esse método fascista de intimidação, pregado e estimulado pelos Bolsonaro – acrescentou Gleisi Hoffmann. Em outubro do ano passado, o deputado José Guimarães, do PT-CE, foi também hostilizado durante um voo de Fortaleza para Brasília. Com a repercussão do caso, parlamentares de diferentes partidos prestaram solidariedade, inclusive o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).