Nonato Guedes
O ator paraibano Luiz Carlos Vasconcelos, que tem projeção nos meios artísticos e culturais do Sul do País, com participação destacada em inúmeros folhetins da TV Globo e consagrado na dramaturgia nacional, gravou um depoimento, em vídeo postado nas redes sociais, de solidariedade à prefeita do Conde, Márcia Lucena (PSB), que figura como ré na Operação Calvário, empreendida pelo Ministério Público e que versa sobre desvios de verbas na Saúde e Educação do Estado. A prefeita deflagrou, nas últimas horas, uma “vaquinha virtual” com vistas a arrecadar R$ 300 mil para ajudar nos custos com os advogados que a defendem no processo da Calvário.
De acordo com versões, a prefeita já havia arrecadado cerca de R$ 10 mil até a manhã de ontem. Ela recebe um salário de R$ 17 mil, atualmente está utilizando tornozeleira eletrônica, por determinação da Justiça, e chegou a ser presa, ficando recolhida à Penitenciária Júlia Maranhão, em João Pessoa. Foi beneficiada por habeas corpus junto ao Supremo Tribunal Federal. Márcia Lucena consta como implicada em irregularidades no inquérito da Operação Calvário juntamente com o ex-governador Ricardo Coutinho e ex-secretários da sua administração no governo do Estado. A prefeita chegou a ingressar com pedido para livrar-se da tornozeleira eletrônica, o que foi negado. No vídeo, Márcia assegura que sua forma de fazer política pública diferenciada “tem incomodado muita gente”.
A prefeita reclama para si o reconhecimento como executora de um projeto que, segundo afiança, tem mudado o cenário no Conde, na região litorânea, e ressalta no vídeo que os adversários a temem, inclusive, por ter chances concretas de reeleição no pleito deste ano em virtude do trabalho que vem realizando. Textualmente, frisou: “Estão me envolvendo em ações criminais, calúnias, difamações, porque temem a continuidade e a consolidação desse projeto, com mudanças na realidade do Conde”. O professor Iveraldo Lucena, pai de Márcia, publicou em seu perfil no Facebook um desabafo em relação à medida cautelar que impôs o uso de tornozeleira eletrônica à sua filha e a outros investigados da Operação Calvário. Iveraldo diz que a medida só deveria ser aplicada a condenados e não a cidadãos que ainda estão respondendo a processo. “A violência aos direitos do indivíduo não pode ser praticada pelo juiz a quem cabe fazer com que se exerça a Justiça”, protestou ele.