Nonato Guedes
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, contratou uma empresa de kits escolares que é investigada por corrupção pela Polícia Federal. A Brink Mobil está envolvida em um esquema acusado de desviar R$ 134,2 milhões de dinheiro público da saúde e educação da Paraíba. Por coincidência, esse montante é atribuído ao esquema criminoso executado por uma organização que, de acordo com o Ministério Público Federal, com base em investigações do Gaeco, era chefiado pelo ex-governador Ricardo Coutinho, atualmente cumprindo pena de uso tornozeleira eletrônica decretada pela Justiça. Um novo pedido da defesa de Coutinho para a retirada da tornozeleira foi negado, ontem, em Brasília, pela ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça.
Uma reportagem publicada pelo jornal “O Estado de São Paulo” revela que o órgão do MEC responsável pela compra – o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), foi alertado pela Polícia Federal sobre a investigação mas decidiu manter a compra dos kits. Em dezembro de 2018 a Brink Mobil foi denunciada no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por fraudar licitações para compra de uniformes, mochilas e materiais escolares em quatro Estados no período entre 2007 e 2012, quando Ricardo Coutinho era prefeito de João Pessoa.
Entretanto, apesar do histórico de corrupção, o ministro publicou uma série de vídeos e, suas redes sociais, ao lado de Karine Silva Santos, atual presidente do FNDE. “Eu preciso da ajuda de vocês. Vocês têm que pedir para o prefeito de vocês se cadastrar no FNDE com a Karina. Pedir para o seu deputado destinar as emendas parlamentares para a gente poder mandar para todas as crianças do Brasil”, afirma o ministro. Uma das postagens foi reproduzida na conta do presidente Jair Bolsonaro no Instagram.