Às vésperas do transcurso do Dia Internacional da Mulher, a colunista Sony Lacerda, também editora geral do jornal “Correio da Paraíba”, destaca a saga das mulheres jornalistas que atuam na cobertura política, a exemplo dela. “Tive a sorte, oportunidade, de aprender política com a melhor: Lena Guimarães (saudades) bem lá atrás. Lena é referência e assim será para muitas e muitas gerações de mulheres que estão nas redações e que aguentam piadas, comparações e outras coisas que nem valem a pena ser ditas neste espaço. Superamos todos os dias e seguimos adiante”, assinala Sony Lacerda. Lena Guimarães, que faleceu recentemente no hospital da Unimed, era natural de Cajazeiras e pontificou como editora de jornais, repórter, colunista política e correspondente da “Folha de São Paulo” e “Jornal do Brasil”. Era formada em Direito.
Sony Lacerda conta que, no início, odiava política, “muito pelo pensamento arcaico confesso de que aquele era um mundo ‘masculino’. Em 2002, reiniciou sua jornada na área e, em 2006, se apaixonou, nas suas palavras. Diz que a política ainda é um mundo praticamente “fechado” para homens e a cobertura política no dia a dia não seria diferente. “Hoje, 18 anos depois trabalhando com cobertura política, ainda que não integralmente, mas sempre de olhoe presente, derrubo minha própria tese”, relata Lacerda. E narra que a jornalista Tatiana Learth foi uma das primeiras da sua geração a iniciar essa caminhada.
– Hoje, dominamos esse cenário, ocupando espaços não apenas no impresso mas em portais, rádios e TVs. Dia de coletiva, é fato, a mulherada é maioria e, o mais importante, mostra como se faz. Não estou aqui desmerecendo meus amigos jornalistas. Deixo claro que somos iguais, somos profissionais. Depois, tantas outras, tão competentes quanto, a exemplo de Adriana Rodrigues, Sabrina Barbosa, Edileide Vilaça, Cláudia Carvalho, Beth Torres, Marly Lúcio, Hacéldama Borba, Gisa Veiga, Rejane Negreiros, Juliana Teixeira, Aline Lins, Nice Almeida, Angélica Nunes, Daniella Pimentel (….) todas fazendo escola. Basta um dia de sessão na Assembleia Legislativa ou até mesmo na Câmara Municipal. Isso sem falar na cobertura nacional. São tantos os nomes que é melhor nem citar para não deixar ninguém de fora”.
Em seu artigo, ufanisticamente intitulado “Viva nós, mulheres!”, Sony Lacerda arremata: “Conquistas foram muitas. O nosso espaço, suado, tem sido uma busca constante. As mulheres, nessa cobertura, sabem ouvir, entender as entrelinhas, questionam, não balançam a cabeça. Talvez eu esteja com um discurso feminista e se for para mostrar o quanto somos maravilhosas, que assim seja. Parabéns a todas as mulheres jornalistas. Cito a área política, que é a qual faço parte, mas o meu abraço e o meu respeito vai para todas vocês. Feliz nosso dia!”.