Nonato Guedes, com UOL
Partiu do ministério da Saúde a decisão de oficializar, hoje, o repasse de cerca de R$ 432 milhões aos governos estaduais com vistas a reforçar o combate à pandemia de coronavírus, que já ocasionou a primeira morte em São Paulo, Na semana passada, o ministro Luiz Henrique Mandetta havia anunciado que a Pasta repassaria R$ 2 per capita para cada Estado – o valor total dos repasses foi publicado hoje pelo Ministério. Em comunicado, informou que o recurso será encaminhado ao longo da semana e poderá ser utilizado em ações de assistência, inclusive, para abertura de novos leitos ou custeio de leitos existentes nos Estados e municípios.
Outros recursos ainda poderão ser disponibilizados dependendo da necessidade dos Estados. Além disso, a Pasta começa a distribuir hoje 540 novos leitos de UTI pelo país – a medida custará R$ 396 milhões aos cofres públicos, mas o governo federal prevê o gasto de outros R$ 260 milhões em manutenção de leitos se todos forem de fato utilizados. O ministro não quis tecer nenhum comentário sobre críticas dirigidas ao presidente Bolsonaro por ter participado de uma manifestação de apoiadores em Brasília. A atitude de Bolsonaro foi considerada irresponsável por lideranças políticas destacadas do Congresso Nacional.
Ontem, o presidente enfatizou que a culpa por uma possível propagação do novo coronavírus não pode ser atribuída a ele. Por outro lado, deixou claro que se tiver que ser contaminado será sua responsabilidade. Ao participar do protesto, Bolsonaro rompeu diversos protocolos recomendados pelo Ministérii da Saúde para prevenir a disseminação do novo coronavírus: cumprimentou apoiadores, encostou a cabeça nos manifestantes na hora de tirar selfies e pegou diversos celulares para fazer, ele mesmo, imagens. Na quinta-feira ele havia sugerido que o protesto fosse adiado. O presidente tem formulado declarações dúbias sobre acontecimentos polêmicos como a convocação de atos públicos contra o Congresso Nacional e a dimensão do novo coronavírus no Brasil.