Portaria interministerial divulgada ontem com determinações sobre a obrigatoriedade de cumprimento, pela sociedade, das medidas anunciadas pelo governo para controle da pandemia do coronavírus no Brasil prevê que poderão ser presos os pacientes que descumprirem regras de quarentena ou isolamento. Os principais artigos da portaria, assinada pelos ministros da Justiça, Sergio Moro, e da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, levam em consideração a lei 13.979, deste ano, que delibera sobre medidas de enfrentamento à Covid-19. No artigo terceiro, o governo determina que poderá adotar medidas como isolamento, quarentena e realização compulsória de exames e tratamentos, entre outras.
O número de casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus subiu de 234 para 291. O ministro Mandetta afirmou que o Brasil deve enfrentar o pico da pandemia entre 60 e 90 dias. A estimativa é que os números de casos sejam elevados entre os meses de abril e junho e passem a atingir a estabilidade a partir de julho. O primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus no Brasil foi confirmado no dia 26 de fevereiro. Ao todo, 16 Estados e Distrito Federal já têm casos comprovados. A maior parcela está em São Paulo, com 164 registros – além de uma morte. A transmissão comunitária do vírus e um agravamento rápido no quadro de saúde são as principais marcas da primeira vítima fatal da Covid-19 no Brasil, um porteiro aposentado de 62 anos que morava em São Paulo.
A Associação Brasileira de Shopping Centers informou, ontem, que recomendou aos seus associados com empreendimentos localizados em áreas com casos confirmados de Covid-19 um horário reduzido de funcionamento. A recomendação é de que a partir de hoje os shoppings funcionem das 12h às 20h, observando-se as regras contratuais aplicáveis. A Abrasce possui atualmente 385 shoppings associados no país. O órgão informou que a medida agora tomada atende a solicitação dos lojistas e está alinhada com a recomendação do Poder Público para a redução de circulação de pessoas, sem, todavia, paralisar totalmente as atividades econômicas, em especial os serviços de utilidade pública em funcionamento como bancos, farmácias, laboratórios e supermercados.
Os supermercados estão registrando um aumento no fluxo de clientes em virtude da crise causada pelo novo coronavírus. As pessoas estão com medo de faltar alimentos ou que os preços inflacionem. No entanto, a Associação Brasileira de Supermercados divulgou uma nota reforçando que não há risco de desabastecimento de alimentos nas lojas em todo o país. A Abras ressaltou que o segmento supermercadista brasileiro opera com normalidade. “A população não precisa se preocupar, os supermercados estão preparados, inclusive, para aumentar o abastecimento, caso necessário, como já acontece em datas sazonais”, informa a nota da entidade. A Abras tranquilizou, ainda, a população, ao revelar que está monitorando permanentemente as lojas do país.