O presidente Jair Bolsonaro, que completou, ontem, 65 anos de idade, voltou a ser alvo de panelaços registrados em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Salvador na noite do sábado. No Twitter, internautas batizaram a manifestação de “#PanelaçoDeAniversário”, termo que chegou ao posto de um dos mais citados pelos usuários brasileiros da rede social e faz referência à efeméride comemorada em família pelo presidente. Na capital paulista, os sons das panelas contra Bolsonaro foram ouvidos nas regiões da Consolação, Perdizes, Bela Vista, Pinheiros, Santa Cecília e em cidades vizinhas como Santo André e Taboão da Serra.
No Rio de Janeiro, os panelaços foram registrados no Flamengo, nas Laranjeiras e no Botafogo. As manifestações contra Bolsonaro em forma de panelaços começaram a acontecer na última terça-feira, 17, e se repetiram durante toda a semana em meio ao agravamento da crise do novo coronavírus. O Brasil já registra 1.28 casos de infecções e 18 mortes confirmadas, provocadas por covid-19, deacordo com o Ministério da Saúde. Anteontem, o presidente disse que não estava preocupado com os protestos. “A minha preocupação é se marcarem contra a Globo ou contra algumas autoridades que temos por aí, tá certo? Vai ter um som ensurdecedor”, provocou Bolsonaro. No mesmo dia, o presidente chamou a covid-19 de “gripezinha” ao responder a uma pergunta sobre um possível novo teste para saber se ele possui o coronavírus em seu organismo.
Foram dois exames realizados até agora e Bolsonaro garante que ambos deram resultados negativos. Bolsonaro chegou a dizer: “Depois da facada, não vai ser gripezinha que vai me derrubar”, referindo-se ao atentado que sofreu durante a campanha eleitoral de 2018 em Juiz de Fora, Minas Gerais. A crise do novo coronavírus também escancarou a falta de sintonia entre o governo Jair Bolsonaro e governadores do país. Ele trocou acusações públicas com os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB) eWilson Witzel (PSDC), do Rio de Janeiro. Irritado com medidas restritivas impostas por governadores, como o fechamento de fronteiras interestaduais, Bolsonaro acusou os antigos aliados de usurpar suas competências. “Lamentavelmente tem um governador de Estado que só faltou declarar independência do mesmo, como se não fizesse parte da Federação – ironizou, numa clara referência a Witzel, que adotou o fechamento dos limites da capital, para criar um cinturão de proteção e evitar que os transportes públicos levem passageiros de outras regiões para a cidade do Rio.