Nonato Guedes
O governo da Paraíba vai manter as normas de isolamento social que foram adotadas desde o alerta nacional sobre a pandemia do novo coronavírus e ao mesmo tempo vai reforçar o controle sanitário para o acompanhamento de eventuais casos suspeitos de contaminação, oriundos de todas as regiões do Estado. O anúncio foi feito na manhã de hoje pelo secretário de Saúde, Geraldo Medeiros, que em paralelo disse discordar da posição do presidente Jair Bolsonaro contrária ao isolamento social a pretexto de que é preciso manter a atividade econômica para assegurar empregos e postos de trabalho.
De acordo com o secretário, as normas que incluem o isolamento foram expedidas pelo próprio Ministério da Saúde, seguindo uma recomendação expressa da Organização Mundial de Saúde que alegou ser a medida essencial para bloquear a circulação do vírus e, consequentemente, reduzir focos de contágio. Os prefeitos de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV) e de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD) também disseram não ver motivos para um recuo nas providências até agora tomadas. O arcebispo metropolitano da Paraíba, dom Manoel Delson, manifestou estranheza com as declarações do presidente Jair Bolsonaro contrárias ao isolamento na situação de emergência e apelou à população para que reze, fortalecendo-se espiritualmente diante de ameaças imprevisíveis.
A Federação das Associações dos Municípios da Paraíba (Famup), por sua vez, em nota oficial, repudiou as declarações do presidente Jair Bolsonaro e reforçou o apoio às medidas de emergência tomadas por prefeituras para o atendimento médico-hospitalar a seus habitantes na atual fase de calamidade e para a contenção de focos de contaminação da doença. A Famup lembrou que a liberação de recursos por parte da União para os municípios é indispensável não só por causa da situação grave que atualmente está ocorrendo mas em virtude de cortes que foram verificados no repasse constitucional de recursos a que os entes federados têm direito. O coordenador da bancada federal paraibana na Câmara, deputado Efraim Filho (DEM), lamentou as colocações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro, pontuando que avalia como corretas as recomendações que vinham sendo transmitidas pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.