Kubitschek Pinheiro
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Lá vem abril. Morro de amor por este mês. Gosto de abril para não esquecer setembro. Para ficar juntinho de maio. Abril que chama as fogueiras de junho.
Pouco tempo, o tempo todo, no entanto, abril foi a chegada de outra vida que se instalou em nós. Um pitoco de gente que trouxe mais alento ao lar. Morro de saudade dos tempos em que a casa cheirava a bebê em todos cômodos.
Amo esse mês como um poema que capta de maneira sensível, magistral, a razão pela qual a vida veio em abril, o nascer de outra pessoa, com o anúncio de que: tristeza nunca mais.
O poema que não sei escrever evocaria a pureza das respostas das crianças entre outubros que virão cheios da natureza do misterioso milagre que foi engendrado em nós naquele instante de amor de um agosto que se foi.
Abril apaixonado em quão cedo as passadas e palavras se multiplicaram. O menino engatinhando pelo espaço dos livros e cedês. Que prazer! Gargalhadas e lagrimas. Eu choro de alegria.
Nesse mês, no calor ou no frio, uma febre baixando, uma virose de novo, o olho irritado. Caiu da cama? Cuidado! Não deixe dormir. Liga pra Dr. João Medeiros, diz que ele tá vomitando. Um jarro caiu em cima da sua mão e fraturou as falanges, falanginhas e falangetas? Ai, meu Deus!
De longe, pela cabeleira, o reconheço. Belo ele de blazer. O abracinho da noite. Um frenesi à moda dos contentes. Ele adora levar os amigos para passar o sábado lá em casa. Vibra com a chuva, o sol e adora Pink Floyd e Bob Dylan.
Absolutamente plasmado eu me abro nesse abril, ali no cantinho do jardim e me ajoelho na gruta de Nossa Senhora de Lourdes por ele existir, o homem da minha vida, que em abril fará 19 anos.
Kapetadas
1 – O Redentor foi muito generoso conosco. Bendito seja o seu Nome.
2 – O texto é dedicado a memória do avô paterno Vicente Pinheiro.
3 – Som na caixa: “Ciranda por ti, ciranda por mim”, Eduardo Klieger.