O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio), Marconi Medeiros, revelou-se preocupado com a queda nas vendas do comércio varejista, um fenômeno que ocorre nacionalmente como reflexo das medidas restritivas tomadas para enfrentamento do novo coronavírus e sugeriu a abertura de lojas, alegando: “Nós temos consciência da gravidade da pandemia, mas não podemos paralisar a economia por causa da doença”. Marconi lembrou que as empresas têm obrigações trabalhistas, impostos e despesas para pagar.
Na Paraíba, de acordo com os seus cálculos, são mais de 300 comerciários trabalhando nos setores varejista e atacadista e nas empresas de serviço. No país, as vendas do comércio caíram 25,2% entre os dias 16 e 22 de março na comparação com a semana imediatamente anterior. Medeiros defende que a quarentena seja restrita aos maiores de 60 anos. E justifica: “A força de trabalho brasileira tem entre 25 e 50 anos. Então, não vemos nenhum problema nessa faixa etária retomar as atividades, desde que as empresas reforcem as medidas sanitárias para combater a disseminação do coronavírus”.
Já o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscom), José Williams, afirmou que ainda não foi possível enumerar o impacto que a paralisação para conter o coronavírus causará ao setor. “Sabemos que será grande, porque, quando uma obra para, diversos fornecedores são suspensos e a mão de obra também deixa de gastar. Então, sabemos que o impacto será violento”. Os canteiros de obras localizados nas cidades da região metropolitana de João Pessoa seguem parados até o próximo dia 31. As atividades do segmento foram suspensas na última segunda-feira como medida preventiva à disseminação da Covid-19. A decisão foi tomada após acordo entre o Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Pesada, Montagem e do Mobiliário de João Pessoa.
Segundo matéria do jornal “Correio da Paraíba”, o setor de hospedagem e alimentação da Paraíba já fechou cerca de quinhentos postos de trabalho em virtude da crise do novo coronavírus. Os dados são do presidente do Sindicato de Empresas de Hospedagem e Alimentação de João Pessoa, Graco Parente. Segundo ele, sem a adoção de uma nova Medida Provisória favorável às empresas o número de demissões deve chegar em mil até o quinto dia útil de abril. Parente participou, ontem, de uma videoconferência com representantes do setor de hospedagem e alimentação de todo o país. O grupo avaliou que os prejuízos para o turismo alcançam a cifra de R$ 32 bilhões. O setor de hospedagem e alimentação, sozinho, soma R$ 10 bilhões de perdas. “O clima está tenso em todo o país e ouvimos relatos de empresários que nem sabem se vão conseguir retornar ao mercado após essa crise. A Medida Provisória em favor das empresas demorou muito para sair, mas antes tarde do que nunca”, finalizou Graco Parente.