Nonato Guedes
A assessoria do senador José Maranhão (MDB-PB) confirmou declarações que ele já havia feito ao jornal “Correio da Paraíba” em que defende o adiamento das eleições municipais a prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, para o mês de dezembro, com a condição de que os candidatos eleitos tomem posse no dia primeiro de janeiro de 2021. A tese de adiamento ou cancelamento das eleições vem dividindo os meios políticos e é invocada sob o pretexto de que a realização do pleito é inviável em meio a medidas de prevenção e restrição que estão sendo tomadas por causa do enfrentamento do coronavírus. Pelo calendário eleitoral, o primeiro turno das eleições deste ano ocorrerá no dia quatro de outubro.
Ao endossar o adiamento, com posse dos eleitos em janeiro, Maranhão, que foi governador da Paraíba por três vezes, justificou: “Se tratarmos a questão desta forma não haverá desrespeito à Constituição Federal, os atuais mandatos serão concluídos dentro do prazo e amenizamos os riscos de contágio pelo coronavírus, porque a expectativa é de que até lá essa pandemia já terá tido fim”. Diferentemente do que pensa o senador Maranhão, a senadora Daniella Ribeiro (PP) sugere que a discussão sobre adiamento ou não das eleições deve ficar para um outro momento, alegando que a prioridade, agora, é o enfrentamento do coronavírus.
Segundo a senadora Daniella Ribeiro, o que deve estar em pauta é a possibilidade de doação dos recursos do Fundo Partidário e do Fundo de Assistência aos Partidos para o Sistema Único de Saúde (SUS) a fim de que sejam utilizados no custeio das despesas decorrentes do atendimento a vítimas diretas e indiretas do coronavírus. “Num segundo momento, dependendo do que irá ocorrer em relação ao período da pandemia do coronavírus e de como estará a questão do controle pelos médicos é que se poderá tomar um posicionamento em torno de eleições”. Em João Pessoa, o vice-prefeito Manoel Júnior, que preside o Solidariedade no Estado, afirmou que tudo vai depender da evolução da pandemia e de como o vírus irá se comportar junto à população brasileira até agosto, com perspectiva de controle.
Enquanto isso, o deputado Efraim Filho, do Democratas, coordenador da bancada federal da Paraíba em Brasília, defende que a melhor solução, a respeito das eleições, será suspender o calendário eleitoral e determinar que ele se torna secundário enquanto vigorar o decreto de calamidade pública originado pela eclosão da pandemia do coronavírus. “Eu acredito que, no momento, tudo o que a sociedade está querendo é salvar vidas. Torna-se impertinente, portanto, a cogitação de discussões sobre eleições, porque isto desvia energias da prioridade maior”, salientou o deputado Efraim Filho. O deputado federal Ruy Carneiro (PSDB) faz coro com Efraim: “Não há como pensar em outra coisa; a prioridade é, mesmo, o combate ao coronavírus. Logicamente, se essa fase se estender por muito tempo a data da eleição terá qu ser mudada”, arrematou.