Em meio a medidas de isolamento e distanciamento social no país, motivadas pela pandemia do novo coronavírus, um dado tem chamado a atenção das autoridades públicas e de integrantes do Senado: de acordo com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, o Disque 180, que recebe denúncias de violência contra mulheres, registrou um aumento de quase 9% no percentual de ligações com denúncias sobre esse tipo de ocorrência. A senadora Rose de Freitas, do Podemos-ES, que está à frente da Procuradoria Especial da Mulher do Senado, comentou que a informação é um alerta para que União, órgãos e agentes da Justiça estejam atentos a essa questão.
A senadora descreveu como “cruel” um cenário onde a mulher, diante da pandemia, além de tentar se proteger da doença e resguardar seus familiares, ainda possa ser vítima de agressão física ou psicológica. Segundo ela, é preciso garantir o pleno funcionamento das delegacias, estimular as denúncias e assegurar que agressores sejam afastados dos lares, preservando a vida e a segurança das mulheres. “É preciso estimular que todas elas continuem fazendo a denúncia. Isso vai permitir que o flagrante seja executado com maior facilidade e o agressor seja retirado de casa. Esse é um problema social que deve ser resolvido”, argumentou.
Apesar de o Senado priorizar, neste momento, a votação de matérias de amparo social às famílias de baixa renda, de amparo aos trabalhadores e de reforço orçamentário para a área da Saúde, devido à situação de calamidade pública, Rose de Freitas defendeu a inclusão dos projetos de combate à violência doméstica que já tramitam na Casa na pauta emergencial. Enquanto isso, a Comissão Parlamentar de Inquérito do Feminicídio na Assembleia Legislativa da Paraíba realizou uma reunião virtual, ontem, para discutir ações de enfrentamento à violência contra a mulher no período da quarentena do coronavírus. O encontro foi feito através de videoconferência e faz parte e faz parte da campanha “Mulher em Casa Não Fica Calada”.