Da Redação, com agências
Pesquisa do instituto Datafolha, divulgada nesta sexta-feira, confirmou o que havia sido demonstrado pela XP Ipespe: a popularidade do presidente Jair Bolsonaro tem caído no país por conta da pandemia do coronavírus, enquanto a do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, é mais que o dobro do capitão. O levantamento mostra que a popularidade do Ministério da Saúde cresceu 21 pontos com relação à semana anterior, saltando de 55% para 76%. A reprovação da pasta caiu de 12% para 5% e o número daqueles que veem o ministério como regular foi de 31% para 18%.
Por sua vez, Bolsonaro tem registrado níveis cada vez menores de aprovação. A reprovação do presidente foi de 33% para 39%, enquanto a aprovação segue estável (33% ante 35%), assim como a avaliação regular (26% para 25%). Ainda de acordo com o Datafolha, Bolsonaro é pior avaliado por mulheres (43% de reprovação), pessoas com curso superior (50%) e mais ricos (acima de 10 salários mínimos mensais (46%). Com o avanço da pandemia no país, Bolsonaro e Mandetta têm se desentendido em diversos pontos sobre como combater a doença. Enquanto o presidente defende o fim do isolamento social e o retorno da população fora do grupo de risco ao trabalho, Mandetta segue a linha das autoridades de saúde do mundo e prega a permanência da quarentena.
Já a pesquisa XP Ipespe realizada nos dias 30 e 31 de março e divulgada nesta sexta-feira revela que a popularidade de Jair Bolsonaro despencou e chega ao menor percentual diante da estratégia defendida pelo mandatário para combater o coronavírus. Segundo o levantamento, 42% consideram o governo Bolsonaro ruim ou péssimo – um ponto percentual a mais do que em setembro de 2019, o último pico. Outros 27% classificam o governo como regular e 28% como ótimo e bom – o menor percentual desde o início do governo. Pela primeira vez, a expectativa de um fim de mandato ruim ou péssimo – 37% – supera a de ótimo ou bom – 34%. Outros 20% acham que será regular e 9% não sabem ou não quiseram responder.
Já o ministro Luiz Mandetta surge como superministro com sua defesa da política de isolamento social para achatar a curva de propagação da Covid-19, que tem sido atacada por Bolsonaro. A pesquisa mostra que 80% dos 1 mil pesquisados acreditam que o isolamento social é melhor forma de se prevenir e tentar evitar o aumento da contaminação pelo coronavírus, frente a apenas 12% que acreditam que a medida é exagerada – posição defendida pelo presidente. Neste item, Bolsonaro tem a pior avaliação: 44% acham ruim ou péssima a atuação do presidente, outros 21% regular e 29% ótima e boa. Os governadores, alvo das críticas do presidente, tem avaliação ótimo ou bom de 59% dos entrevistados e regular de 25% – apenas 14% acreditam que os mandatários estaduais são ruins ou péssimos.