A deputada estadual Paula Francinete, “Doutora Paula”, do Partido Progressistas, representante de Cajazeiras e outros municípios do Alto Sertão na Assembleia, sugeriu a doação dos salários parlamentares para a compra de alimentos que devem ser distribuídos por todo o Estado e exortou colegas parlamentares a se unirem com o objetivo de ajudar milhares de famílias paraibanas que passam dificuldades financeiras causadas pelas restrições de atividade impostas pela pandemia do coronavírus. De acordo com a deputada, mesmo que os colegas não aceitem a proposta, vai doar o seu salário para que seja revertido em cestas básicas a serem distribuídas com os carentes na região polarizada por Cajazeiras.
Mulher do prefeito de Cajazeiras, José Aldemir Meireles, também do PP, a deputada frisou que, independentemente da Assembleia conseguir aglutinar todos os deputados, vai doar seu salário para aquisição das cestas básicas. E justificou: “Não custa nada para mim, mas para muita gente esse gesto é importante, porque há pessoas passando fome”. A deputada Doutora Paula advertiu que é preciso levar em consideração que o momento atual exige manifestações efetivas de solidariedade. “Entendo que ainda há muito a ser feito, principalmente na área social. A base da pirâmide está desassistida em muitas coisas, principalmente na Saúde, e podemos ver agora que o dinheiro desviado pela gestão do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) está fazendo falta, quando deveria ter sido utilizado para modernizar os hospitais, inclusive com respiradores”.
A atitude da deputada foi criticada pelo vereador por João Pessoa Carlão (DC). A Doutora Paula lamentou, acentuando: “Muito me surpreende um vereador cristão ter chamado a nossa atitude de demagógica. Uma pessoa dessas é insensível ao sofrimento dos outros”.
Enquanto isso, em Campina Grande, o prefeito Romero Rodrigues (PSD) agendou para a manhã de hoje, por meio de videoconferência, uma reunião com representantes de vários segmentos industriais, para discutir a retomada ou não dos serviços, em caráter parcial, a partir da próxima segunda-feira. Romero evitou falar sobre suas expectativas acerca do assunto, ponderando que tudo vai depender do que for decidido na videoconferência.
Quando foi baixado o decreto contendo as medidas emergenciais na cidade para prevenção ao coronavírus, o prefeito de Campina Grande estabeleceu um plano de retomada das atividades comerciais, a ser deliberado em conjunto com os representantes de setores diretamente envolvidos. O maior desafio do alcaide campinense, porém, foi tomar uma decisão em relação à manutenção ou não do São João da cidade, que foi massificado como “o maior do mundo”. Para tanto, o prefeito garante que fez consultas a segmentos diretamente interessados e ligados à atividade econômica. Ficou convencionado o adiamento do São João para o mês de outubro, coincidindo com o aniversário de Campina Grande. A medida ainda hoje acarreta críticas de opositores de Romero Rodrigues e de expoentes de outros setores da sociedade campinense.