Kubitschek Pinheiro
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Dada esta míngua, como se nada estivesse acontecendo, é de suma importância o sexo, (que alguns chamam de “fazer amor”), que alimenta feito um prato de feijão com arroz, jamais um prato feito, mas, como um samba, que nos deixa bamba, não exatamente “molinho”. E olha que o sexo toma partido. É, partido alto, não de coração partido. Sim, o sexo não tem sexo, mas tem coração. E bate palminhas.
Mas por que estou falando isso? Dias sem carinho, dias sem tempo, mas a libido não desaparece. Não existe tempo bom, nem ruim para o sexo. (Parênteses – soube que algumas pessoas estão sem aguentar ficar dentro de casa). Deixa de cavilação!
O olhar fala por si. Com a chegada desse tempo, o poder desse tempo, um lava pratos e panelas, numa mão que lava a outra, a vontade de um beijo na boca, ali na cozinha, perto do calor do fogão. Puxa vida, o ar aquece!
De repente, uma suave colisão com músculos, peitos, pernas e coxas, numa felicidade efêmera… pós-revolucionária, dessa aguda crise biológica e financeira; de encanto com o engajamento no canto, do encontro e da correspondência desse momento e, ali mesmo, em benefício da saúde, a procura do prazer, que o sexo traz, além da paz da canção de Caetano.
Essa necessidade cresce e vem crescendo, crescendo, uma conjuntura que ditará o fim da pandemia, que não é maior que o sexo, só Deus. Adão era a cobra do paraíso de Eva. E ambos comemoram a maçã de sobremesa.
Acrescendo de modo salutar esse valor do sexo, que nunca está exausto por completo, entre os sobreviventes destas manhãs, tardes e noites, tão importante como a centelha que é o instante, desse vigor, dando testemunho de que o sexo é o engenho e, claro, a inteligência de muitos: da moça da favela, a sempre bela Lolita de Nabokov, ao rapaz da esquina, o velho com cabelos nas narinas e todos que têm bons motivos para ficarem relaxados.
Sexo não tem idade. O sexo dá uma contribuição de peso a vida da gente. Até sábado.