Nonato Guedes
Os prefeitos de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV) e de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), têm adotado posturas distintas na fase atual de enfrentamento ao novo coronavírus. Na Capital, o prefeito mantém regras do isolamento social, enquanto reforça as medidas de prevenção à covid-19, enquanto em Campina Grande o gestor voltou a prometer para a próxima semana a flexibilização de atividades como a reabertura do comércio. Ontem, o secretário de Saúde da Capital, Adalberto Fulgêncio, disse que a prefeitura está tendo que dar atenção, simultaneamente, a eventuais casos verificados nos municípios de Bayeux, Santa Rita e Cabedelo, por integrarem a chamada região metropolitana.
A situação mais delicada, no momento, é a do prefeito de Campina Grande. Sua decisão de “relaxar” o isolamento desagradou setores do próprio comércio, que vinham reivindicando a adoção da medida há mais tempo. Houve desacordo por parte do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Arthur Bolinha, que comunicou que não irá mais participar de videoconferências com o prefeito Romero Rodrigues para tratar do assunto. Romero valeu-se dos meios de comunicação para explicar em detalhes a sistemática que cogita implantar, salientando que serão rigorosamente controlados os ensaios de aglomeração e de proximidade entre pessoas que saírem de casa e entrarem em filas de bancos, supermercados e feiras livres.
Romero classificou o relaxamento do isolamento como “gradual” e como uma providência “experimental”, pedindo bom senso a comerciantes e comerciários e enfatizando que fará valer o plano de fiscalização juntamente com auxiliares. O jornal “O Estado de S. Paulo” informa que das 27 capitais do Brasil, 12 já entraram em cenário de emergência devido ao número de contaminações pelo coronavírus sobre a população total de cada uma delas. João Pessoa é tida como capital onde a incidência de casos está abaixo da média nacional, juntamente com Cuiabá, Goiânia, Campo Grande, Aracaju, Palmas, Porto Velho e Maceió. Em outras seis capitais a situação é de “atenção”: Curitiba (156), Natal (154), Rio Branco (147), Belo Horizonte (141), Salvador (126) e Belém (113). Ontem, o cenário nacional apont0u uma incidência média de 111 contaminações para cada 1 milhão de habitantes.
As capitais onde o volume de contaminações está acima da média são: Fortaleza, São Paulo, Manaus, Macapá, Florianópolis, Recife, São Luís, Rio de Janeiro, Vitória, Porto Alegre, Brasília e Boa Vista. Se for considerado o índice de mortalidade por coronavírus, cinco Estados (Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Ceará) estão acima da média nacional, que é de 6 óbitos para cada 1 milhão de habitantes. O Ministério da Saúde tem alertado para a necessidade de manutenção do isolamento social, principalmente nas cidades de situação mais críticas, como forma de evitar o colapso no sistema de saúde e garantir o atendimento aos pacientes que precisem de apoio médico.