Um agravo interno protocolado pelo ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB) contra medidas cautelares que o impedem de se ausentar da comarca de João Pessoa foi rejeitado pelo desembargador Ricardo Vital de Almeida, relator da Operação Calvário no TJ do Estado. Coutinho pleiteava autorização para viajar semanalmente a Brasília, onde mantém atividade laboral, conforme justificou. Ele é presidente da Fundação João Mangabeira, um órgão de estudos políticos mantido pelo Partido Socialista Brasileiro, cuja sede fica na capital federal.
A pretensão do ex-governador era a de obter autorização para voltar a trabalhar presencialmente naquela Fundação, coordenando a promoção de seminários de debates e outras atividades e, para tanto, requeria a revogação da medida cautelar que o impede de se ausentar da comarca sem prévia autorização judicial. Também foram questionadas as outras medidas aplicadas como o uso de tornozeleira eletrônica, o recolhimento noturno, a obrigação de comparecer periodicamente em juízo e a proibição de manter qualquer contato com outros investigados da Operação Calvário, exceto seus familiares até o quarto grau.
O ex-governador havia recorrido ao Superior Tribunal de Justiça, pedindo a retirada da tornozeleira, no entanto, o pedido foi recusado pela ministra Laurita Vaz. Desde que se deu o envolvimento na Operação Calvário, Coutinho tem tido limitações para desenvolver atividades políticas mais intensas, relacionadas, por exemplo, à discussão sobre as eleições municipais deste ano, a respeito das quais pairam dúvidas por causa da pandemia do novo coronavírus. O próprio impacto da doença igualmente prejudicou os passos de Ricardo, como admitem seus aliados mais próximos, devido a restrições de mobilidade em todo o Estado.