Os secretários de Saúde do governo da Paraíba, Geraldo Medeiros, e da prefeitura de João Pessoa, Adalberto Fulgêncio, lamentaram a exoneração do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que vinha comandando as ações do governo federal no enfrentamento ao novo coronavírus. Medeiros salientou que a saída de Mandetta penaliza a Saúde, “não apenas ele, mas os auxiliares que formavam uma equipe afinada”. Adalberto Fulgêncio, que foi presidente estadual do Partido dos Trabalhadores por sete anos, também lamentou a saída de Mandetta, do DEM.
Fulgêncio opinou que o novo ministro anunciado, Nelson Teich, deve ter capacidade política para permanecer na pasta. “O ideal era que tanto Bolsonaro como Mandetta tivessem conseguido superar as divergências e atravessado a pandemia. Mas a realidade é outra. Acredito no isolamento social, assim como Mandetta, e não vejo empecilho em nenhum Estado ou município a respeito do uso da cloroquina no tratamento de pacientes com Covid-19”, frisou o secretário de Saúde da capital, acrescentando que lamenta a instabilidade política ora verificada no país e que espera que o novo ministro tenha não apenas capacidade técnica, mas política, e articulação com os Estados e municípios, com vistas a lidar com a pandemia.
Geraldo Medeiros igualmente enfatizou que sua expectativa é de que o ministro Nelson Teich mantenha uma boa relação com os Estados. A mídia sulista destaca que, enfim, a novela acabou, referindo-se a mais de trinta dias de embate público entre o presidente da República e o ministro da Saúde – uma sucessão de pronunciamentos belicosos, coletivas copiosas, provocações e sapatadas de lado a lado.
O substituto de Mandetta já se declarou publicamente contra o isolamento vertical. O oncologista carioca também se diz a favor do monitoramento da população por meio dos celulares como forma de ajudar no combate à pandemia. Alguns dos pontos de vista do novo ministro chocam-se com as posições que têm sido encampadas pelo presidente Bolsonaro. Mas fontes oficiais asseguram que Nelson Teich combinou de implementar “paulatinamente” as medidas defendidas por Bolsonaro – tanto as que dizem respeito às recomendações de afrouxamento do isolamento quanto às referentes à ampliação do uso da cloroquina.