Kubitschek Pinheiro
kubipinheiro@yahoo.com.br
Um clichê hipócrita diz que é melhor não falar mal de ninguém, que o esquecimento é a melhor maneira de deixar indesejados e desagradáveis, assim como biltres e pulhas, devidamente longe das nossas retinas. Me contaram que Ariano Suassuna sempre pedia, que as pessoas falassem mal dele pelas costas. Do Sertão a China, milhares de criaturas têm duas caras, imaginem usando máscaras. Mas por que estou falando isso, se Maria Preá morreu antes do Covid-19?
Bem antes da pandemia estava o K no elevador naqueles incertos momentos, em que a nossa rede neural se conecta com o espírito da caverna e nossos instintos ancestrais vêm à tona. Deve ser por isso que muita gente tem medo de alma. Meu amigo Queiroga, se pela. Ou tem gente com medo que se pela, meu caro Solha? A servidora Rita Barroso adora sapos. A escritora Ana Adelaide tem uma galinha d’água, que dorme na cisterna. O nome dela é #Estouciente. Mais ou menos isso eu pensei enquanto ouvi outro dia, aliás, dei de cara com um cara a cara do ministro da Saúde, o doutor Teich. Bom dia Brésil, disse a figura com um medalhão no pescoço e eu com medo disse “I dont know”
No elevador lotado, se me permitam dizer, somos produtos. É o máximo. Gente que passa o pente se olhando no espelho do elevador. Se sai um flato quente, ninguém vai acertar o autor. A culpa é do lacto purga. Assim não caminha a humanidade.
Pois, dentro da lógica normal que encampou a transa da geral, tudo é um produto, de U2 e ao finado Tim Maia, (este, fará um Live a meia noite deste sábado), mas se for chamar o síndico, chame a sindica. Que susto! A diferença está no público a quem tal mercadoria se destina, do mesmo jeito que no elevador com suas mini tevês de plasma com assustadores anúncios de álcool gel em promoção. Te dana! Nem lá, nem lô. Sabão. Não tenho dúvida.
Ainda estava no elevador, do prédio Hosana nas Alturas, tinha acabado de chegar de uma entrevista em que o entrevistado não disse nada, quando esbarro com uma mulher de longo vermelho. Pensei: Será Teresa Madalena? Comecei a assobiar “Oh! Madalena, O meu peito percebeu, Que o mar é uma gota, comparado ao pranto meu…” “Meu Deus, onde estou? O Senhor é cantor?, perguntou a dama ao vagabundo. E eu: Urum,. E continuei a cantoria “Ai, quem me dera ser doutor, formado em Salvador, ter um diploma, anel, e voz de bacharel, fazer em teu louvor, discursos a granel, pra te dizer gentil, bem-vinda, tu és a dama mais formosa, a mais gostosa, aqui deste covil”
Silêncio!
Juro, eu juro – Donas de casa comprem soda caustica que o bicho está solto. Só que o triunfo ainda que momentâneo – do neoliberalismo e do pensamento único é capaz de revirar estômagos, tripas e lombrigas, mas digam ao povo que eu fico na quarentena.
Juro, eu juro – Vou comprar um tripé pra celular. Pra gravar lives? Não! Pra ver série enquanto lavo a louça.
Kapetadas
1 – Não admitir que você faz escolhas erradas é mais uma escolha: A de continuar errando.
2 – Com a Live do Roberto, podia aproveitar e já acabar o ano.
3 – Tem muita gente olhando pro céu, acho que já pensando em que lugar vai construir seu puxadinho. Viva São João!
4 – Som na caixa: “Olha, lá vai passando a procissão, se arrastando que nem cobra pelo chão”, Gilberto Gil