Pelo segundo dia consecutivo, o presidente Jair Bolsonaro participou de manifestação em Brasília, causando aglomerações. Ele compareceu neste domingo a um protesto em defesa do governo, contra o Congresso Nacional e a favor de uma intervenção militar no Brasil. Há registro de manifestações em diferentes pontos do país, como Salvador, Manaus e João Pessoa, além de ensaio de concentração em São Paulo, preparatório de carreata. Os manifestantes reivindicam a volta ao trabalho e a abertura do comércio. Há discursos em defesa do isolamento vertical, quando somente os grupos de risco ficam em isolamento. Em João Pessoa, manifestantes protestam contra o governador João Azevêdo (Cidadania) que prorrogou o decreto sobre medidas de isolamento social.
Depois de almoçar na casa de um dos filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o presidente da República dirigiu-se ao quartel-general do Exército, onde estava parada uma carreata dos manifestantes. O grupo era formado por algumas centenas de pessoas, muitos com faixas pedindo um novo AI-5 e intervenção militar. Ao verem Bolsonaro chegar, os manifestantes se aglomeraram para ouvir o presidente. Em cima da caçamba de uma caminhonete, Bolsonaro discursou contra o que chamou de velha política. “Chega de velha política. Agora é o Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”, declarou. “Nós não queremos negociar nada. Nós queremos ação pelo Brasil”, afirmou o presidente.
Bolsonaro tem incentivado os protestos. No sábado, o presidente também deixou o Palácio do Alvorada para se encontrar com apoiadores. No alto da rampa do Palácio do Planalto, esperou a chegada de uma carreata formada por ativistas católicos contrários ao aborto. Em seguida, o mandatário desceu a rampa e se reuniu com os simpatizantes. O presidente nega a gravidade da pandemia do coronavírus e promove passeios e aglomerações em Brasília ao contrário do que recomenda a Organização Mundial da Saúde. O presidente demitiu seu então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, por discordar de seu posicionamento técnico sobre a pandemia. Além da gestão Bolsonaro, outros governos que ignoram a seriedade da doença são Turcomenistão, Nicarágua e Belarus. Em São Paulo, neste domingo, uma fila de dezenas de carros e motos deixou a concentração no ginásio do Ibirapuera às 14h e deu início a uma carreata pelas ruas dos Jardins, com muitas buzinas.