Nonato Guedes, com agências
Enquanto a Secretária Especial de Cultura do governo federal Regina Duarte praticamente sumiu na pandemia do coronavírus, não despachando nem em caráter “home office”, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que chamou Jair Bolsonaro de vírus por sua capacidade de criar problemas durante a crise de Saúde Pública, anunciou que prepara para maio uma campanha sobre solidariedade que reunirá dezenas de cantores nacionais interpretando uma mesma canção. É a estratégia para tentar manter a população em casa, mas solidária com quem está passando por dificuldades na pandemia.
A atriz Regina Duarte ainda não deu declarações sobre a saída do ministro da Justiça, Sergio Moro, nem sobre a coletiva de imprensa do presidente que reuniu sua equipe em Brasília na sexta-feira, 24.No meio dessa ebulição, ela fez um post sobre o Dia do Livro e levou uns puxões de orelha. A primeira a alfinetar a atriz foi Astrid Fontenelle, e André Frateschi reforçou a queixa da apresentadora. A veterana escreveu: “O livro merece atenção” como legenda de um gif de um livro no qual as páginas viram pombas brancas. “Regina, ler sempre. E mais. Mas artistas, muitos que te ajudaram diretamente a construir sua vitoriosa carreira artística, estão passando fome. E você nenhuma palavra? Cadê o Fundo Cultural (que) nos pertence? Acorda, Regina!”, questionou Fontenelle.
O ator e cantor André Frateschi reagiu: “Vai trabalhar! Os artistas estão morrendo de fome”. Regina Duarte tomou posse no dia 4 de março passado após “noivar” com Bolsonaro diante da proposta de virar secretária de seu governo. Assim como Moro, ela disse que recebeu carta branca. Passados quase dois meses, no cargo, a atriz tem sido muito criticada por não ter feito nada. Há uma semana, Marcos Caruso usou as redes sociais para fazer um desabafo sobre a sua postura. Ele lamentou o silêncio de Regina depois das mortes de importantes artistas brasileiros como o cantor Moraes Moreira e o escritor Rubem Fonseca. “Acho que uma nota de pesar, em nome do Brasil, aos seus filhos eméritos, poderia ter sido dada. Seria o mínimo. Cultura também é cultivar bons hábitos”, disse o ator em um vídeo postado em seu Instagram. Para assumir cargo político, Regina Duarte se desligou da Globo, emissora na qual trabalhava desde os anos 1960 e virou a “namoradinha do Brasil”.