O presidente Jair Bolsonaro bateu recorde de pedidos de impeachment em comparação com outros mandatários. Ele já coleciona trinta e uma solicitações destinadas a retirá-lo do cargo, segundo levantamento feito pelo site “Revista Forum”. Do total de pedidos, 24 são do período anterior à crise envolvendo Sergio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública. O ex-capitão tem apenas 16 meses de governo e até agora o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), reluta em levar adiante o ritual de abertura do processo de impedimento do presidente da República.
Por analogia com o tempo de mandato, os pedidos de impeachment de Bolsonaro já ultrapassaram os dirigidos ao ex-presidente Fernando Collor de Mello (Pros-AL) e à ex-presidente Dilma Rousseff, do PT. O primeiro enfrentou vinte e nove representações em trinta meses de governo, enquanto a petista teve 68 pedidos protocolados nos 67 meses de seus dois mandatos. Ontem, Rodrigo Maia voltou a dizer que o momento não é de por esse tema na pauta. De acordo com o jornal “O Estado de S. Paulo”, o presidente da Câmara aguarda o avanço das investigações sobre as acusações de interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal.
Entre os pedidos mais recentes apresentados contra Bolsonaro, dois são de antigos aliados. O Movimento Brasil Livre protocolou sua representação nas últimas horas, enquanto a ex-líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP) representou contra Bolsonaro na sexta-feira, 24. Por outro lado, exonerado um dia antes de Bolsonaro ir ao Twitter determinar a revogação de portarias do Comando Logístico do Exército que determinavam maior controle sobre rastreamento, importação e identificação de armas de fogo, sugeridas pelo Ministério Público durante as investigações de assassinato de Marielle Franco, o general de Brigada Eugênio Pacelli Vieira Mota se desculpou em carta por não atender “interesses pontuais”. A carta está sendo vista como forma de denunciar a pressão de Bolsonaro sobre o Exército para atender interesses de uma parcela do seu eleitorado, ligada à indústria de armas. O general deixou o cargo de diretor de fiscalização de produtos controlados uma semana depois de os atos terem sido publicados pelo Exército.