A Empresa Marajó Logísticas e Transportes, do Grupo Zerinho, completa neste mês de maio 50 anos de vida empresarial de desenvolvimento e progresso. A Rádio Oeste da Paraíba realizou hoje um programa especial, e contou com a presença nos estúdios do Diretor e Supervisor Robson Bastos, onde na oportunidade vários amigos do Grupo Zerinho, ex funcionários e empresários, prestaram homenagens falando da trajetória de vida de Zerinho, da sua vida de tropeiro até a fundação da Empresa Marajó, uma ideia do seu amigo empresário João Claudino Fernandes.
Vejamos aqui um pouco da história de seu Zerinho.
Há trajetórias de vida de algumas pessoas que à medida que realizamos uma retrospectiva parece que tudo iria acontecer de forma natural como se fosse o script de um filme que foi entregue na data em que essa pessoa nasceu.
Essa ideia parecia ser a de uma criança que nasceu lá no dia 22 de outubro 1937, na cidade do Barro –CE.
Mas as coisas não foram bem assim tão simples e preestabelecidas como exposto no primeiro parágrafo desse texto. Tudo ocorreu com muito sacrifício, renúncia, trabalho e determinação.
Olhar para trás e discorrer sobre essa trajetória sem cometer os erros e vícios e ainda achar que tudo aconteceu naturalmente é simplesmente deixar de buscar no mais profundo entendimento histórico de que um ser humano não vive plenamente a felicidade em toda sua vida, sem que haja muitas vezes a necessidade de conversar consigo mesmo e de perguntar: “se está fazendo a coisa certa?”; é não lembrar das intempéries sociais que o nosso país, estado e cidade viveu ao longo dessa “hoje brilhante trajetória”; é não contextualizar as dificuldades de uma região que durante muito tempo era considerada o “patinho feio” do país; é não lembrar das estradas mal conservadas que haviam, quando tudo começou, mas que ainda hoje sofrem com o descaso diante da grandeza que elas representam; é não lembrar do desconforto dos primeiros veículos de transporte de cargas; e por fim, as dificuldades humanas, que mais cedo ou mais tarde, alguém um dia irá passar.
Isso posto, é apenas para dizer que não foi naturalmente que o grupo Zerinho nasceu, cresceu e se manteve ao longo meio século mas, sim, foi sobre a égide de muito trabalho, determinação, renúncia e organização que tudo aconteceu.
Olhar para trás e não lembrar dos 11 irmãos mais novos que muitas vezes, mesmo sem mencionar, queriam ser o condutor da “frota de 11 jumentos” de seu pai, e que o menino Zerinho desempenhava com tanta maestria para retirar o sustento da família; olhar para trás e não mensurar o grande ensinamento Divino, nos tempos de seminário, e que tanto ajudou na formação de sua personalidade; olhar para trás e não buscar na sua própria história de vida os erros e acertos para reconhecer-se como ser humano, é como vir à vida e querer viver uma vida medíocre, sem lutas, decepções mas também muitas conquistas e glórias.
Se hoje estamos aqui fazendo esse breve histórico sobre a vida de um dos mais fantásticos empresários que cajazeiras viu nascer, é porque alguém foi capaz de aprender as necessidades de ser cristão partilhando e dividindo com o próximo para deitar e dormir ciente de que está tentando fazer o que é correto; foi porque, também, alguém conseguiu assimilar os aprendizados de contínuo, balconista, vendedor e gerente para transformá-los em seu proveito como empresário, dono de seu próprio negócio. Isso com apenas 25 anos.
Mas, todo esse aprendizado, que havia adquirido a partir das observações do cotidiano de sua ainda breve vida, não iria ficar contido em seu interior sem extravasar em aventuras maiores. Com uma inquietação própria dos jovens; com a capacidade de observação da sociedade e suas relações comerciais da época; e ainda, com o germe de “tropeiro” contagiado lá atrás ainda na cidade do Barro – CE, no ano de 1963 inicia sua atividade empresarial solo com uma fábrica de sandálias, cuja matéria prima tinha que ser adquirida na cidade de São Paulo.
Dessa fábrica, a partir da capacidade de negociação, de agregar soluções ao negócio, da observação do que estava dando certo financeiramente e não apenas de um acontecimento lógico e natural que começou o germe da primeira empresa de transportes genuinamente cajazeirense. Pois as primeiras viagens em busca de mercadorias ao sudeste do país foram difíceis e penosas, sem muitos recursos para trazer matéria prima suficiente para completar toda a carga do veículo e não dar prejuízos teve que mesclar com mercadorias de alguns outros comerciantes de Cajazeiras, só assim baratearia a sua viagem e manteria sua fábrica de pé sem faltar matéria prima.
Mesmo tendo sido o nascimento da empresa de transporte MARAJÓ o mês de maio no ano de 1970, mas podemos dizer que a semente foi colocada no substrato durante a primeira viagem para São Paulo concomitante com mercadorias de outros empresários cajazeirenses.
A partir da percepção do surgimento desse novo ramo, que na verdade para José Nelo Rodrigues era novo mas, para o menino Zerinho dos caçuás e cangalhas dos 11 jegues não era tão novo, zerinho desbrava e inaugura um novo seguimento no comércio paraibano. E, o que se segue, todos nós já sabemos, um crescimento e aperfeiçoamento constante no ramo de transporte e logística Brasil à fora.
Mas como todos os inquietantes desbravadores Zerinho não iria ficar apenas nesse seguimento, desbravou-se também no ramo da política, e diga-se de passagem que desempenhou o papel que lhe fora confiado com muita habilidade e honestidade, tendo como principais destaque nos vaios cargos que ocupou o de Secretário da Indústria e comércio do estado da Paraíba, Vice-Prefeito e Prefeito constitucional da cidade de Cajazeiras – PB.
A seguir utilizaremos os dados expostos, de quem melhor poderia descrever Zerinho, seu filho Arlan Rodrigues, em discurso proferido por ocasião da inauguração do SEST/SENAT de Cajazeiras que leva o nome de seu pai.
“Ao longo dessas cinco décadas, a empresa criada e dirigida por ZERINHO, passou por várias transformações e adequações, sendo hoje a empresa líder em volume de cargas transportadas no estado da Paraíba com 1.000.000 de toneladas movimentadas em 2018, além de ser a única do setor a figurar, há mais de 10 anos, entre os maiores contribuintes de ICMS do estado da Paraíba. Além da Transportes Marajó, hoje com 100 veículos próprios, o grupo agora denominado Zerinho, fundou a TOPMAR (que atua na área de locação de equipamentos portuários), a PORTLOG (que atua na área de armazenamento e processamento de insumos para o setor cimenteiro) e a MARLOG (operador portuário nos portos de Cabedelo, Suape e Belém), além da Rádio Oeste da Paraíba e Construtora Marajó. Juntas, essas empresas oferecem hoje 300 empregos diretos e outros 200 indiretos.
A atividade empresarial no setor de transportes, também levou Zerinho a fundar a Associação das empresas de transportes de cargas da Paraíba, sendo o seu primeiro Presidente, entidade esta que viria mais tarde se tornar o atual SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES DE CARGAS DO ESTADO DA PB, do qual sou hoje o seu Presidente.
Ao lado de Sebastião Ubson Ribeiro, Thiers Fattori Costa, Adalberto Bezerra de Melo Filho, Edvaldo Bronzeado, Newton Gibson, entre outros, Zerinho teve a oportunidade de participar de várias demandas regionais e nacionais do TRC, inclusive o início da luta pra o setor se desvincular da indústria e criar o seu próprio sistema S, o que se concretizou em 1983, quando o então Presidente Itamar Franco sancionou a lei n° 8.706, criando o SEST/SENAT.”
Professor Eliener Dantas
Redação: Jocerlan Guedes