O deputado federal Gervásio Maia (PSB) cobrou ao ministro da Saúde, Nelson Teich, respiradores para o Sertão e equipamentos para reforçar o combate à covid-19 na Paraíba. A solicitação foi formulada durante reunião virtual da comissão externa da Câmara, destinada a propor ações de combate ao coronavírus. O parlamentar advertiu para a gravidade da situação verificada no Estado e, em paralelo, denunciou que não está chegando quase nada para fazer face à emergência. “A doença surge em velocidade gigantesca mas não há, na mesma proporção, resposta do socorro federal para as ações de combate”, destacou.
Gervásio mencionou como exemplo que somente uma região, polarizada por um município, abrange aproximadamente 120 mil habitantes e, mesmo assim, foi contemplada apenas com um respirador. Em resposta ao parlamentar, o ministro da Saúde reconheceu a dificuldade na entrega de materiais e equipamentos. Disse que é uma dificuldade natural do momento, pertinente a uma doença que sobrecarregou o sistema mundial. Nelson Teich referiu-se à pretensão de produzir nacionalmente 14,1 mil respiradores artificiais até julho, uma vez que, segundo ele, existe dificuldade para a importação de equipamento.
O deputado socialista paraibano criticou a demora da sanção presidencial da medida de extensão do auxílio emergencial a pessoas e famílias carentes nesta fase da pandemia. O projeto de lei que prevê a ampliação do benefício aguarda pela sanção do presidente Jair Bolsonaro desde o dia 22. Com a ampliação, também terão direito ao benefício mais de 70 categorias de trabalhadores atingidos pela pandemia, entre elas, agricultores familiares, catadores de recicláveis, taxistas, manicures, vendedores de cachorros-quentes. “O presidente precisa sancionar porque as pessoas estão com fome e sem o alimento na mesa saem para se alimentar e acabam se infectando”, revelou Gervásio. Um outro problema, de acordo com ele, diz respeito à aglomeração de pessoas nas filas dos bancos. Ele criticou a postura do governo Bolsonaro contrária ao isolamento social.
Ao mesmo tempo, o deputado cobrou uma posição do ministério para conter as mortes dos profissionais que atuam na linha de frente da pandemia. “Os profissionais de Saúde estão desamparados, com medo de morrer. Se eles não voltam mais para casa, como ficarão seus filhos, seus netos? É preciso que o governo pense urgentemente nesses profissionais. O Brasil perdeu mais profissionais de enfermagem que a Itália e a Espanha. Este é um dado extremamente preocupante, que precisa ser considerado com urgência”, concluiu o vice-líder da oposição na Câmara.