Nonato Guedes, com agências
O cantor e compositor Chico César, que foi secretário de Cultura da Paraíba no governo de Ricardo Coutinho, assina o manifesto do grupo suprapartidário “Movimento Estamos Juntos”, de políticos e outras figuras públicas, incluindo artistas, escritores e religiosos, que se posicionam contra o que chamam de “desmandos de qualquer governo”. A crítica ao presidente Jair Bolsonaro é implícita, segundo a mídia sulista. A mensagem foi publicada na forma de anúncio nos três maiores jornais do país: Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo, unindo PT, PSDB e expoentes de diferentes setores da sociedade.
O texto tem o título: “Somos muitos”. Diz em destaque: “Vamos juntos sonhar e fazer um Brasil que nos traga de volta a alegria e o orgulho de ser brasileiros”. Há aproximadamente 230 assinaturas. O texto: “Como aconteceu no movimento Diretas Já, é hora de deixar de lado velhas disputas em busca do bem comum. Esquerda, centro e direita unidos para defender a lei, a ordem, a política, a ética, as famílias, o voto, a ciência, a verdade, o respeito e a valorização da diversidade, a liberdade de imprensa, a importância da arte, a preservação do meio ambiente e a responsabilidade na economia”. Entre outros, subscrevem esse documento o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso(PSDB), o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), O cardeal arcebispo de São Paulo dom Odilo Sherer, a religiosa budista Monja Cohen, os cantores e compositores Caetano Veloso, Chico César e Lobão, o apresentador de TV Luciano Huck, a atriz Fernanda Montenegro, a cineasta Petra Costa, o ex-senador Cristovam Buarque, do PPS, o ex-presidente do STF Nelson Jobim, Tostão, ex-jogador de futebol e comentarista esportivo.
Chico César foi, também, secretário de Cultura da gestão de Ricardo Coutinho na prefeitura municipal de João Pessoa, ocupada por duas vezes pelo socialista, que renunciou para se candidatar ao governo do Estado em 2010, sendo eleito. Ao deixar o governo da Paraíba, Chico César retomou suas atividades no meio artístico-cultural. Um outro grupo, de 710 advogados, publicou o manifesto com o título “Basta!”, com referências mais diretas a Bolsonaro, ainda quem sem citar o nome do presidente. Diz o texto: “O Brasil, suas instituições, seu povo, não podem continuar a ser agredidos por alguém que, ungido democraticamente ao cargo de presidente da República, exerce o mandato que lhe foi conferido para arruinar com os alicerces de nosso sistema democrático”. Esse manifesto é assinado por Pierpaolo Cruz Bottini, Antonio Carlos de Almeida Castro (Kakay), Antonio Mariz de Oliveira, Ricardo Tepedino e Roberto Livianu, entre centenas de nomes, e e promete cobrar responsabilidades de todos os que pactuam com a atual situação de desrespeito ao Estado Democrático de Direito.