O domingo foi de manifestações contra e a favor do presidente Jair Bolsonaro e do seu governo em diferentes capitais e cidades brasileiras. A oposição a Bolsonaro foi mais numerosa, segundo uma matéria do UOL Notícias, lembrando que as manifestações englobaram, também, protestos contra atos de racismo e de violência e ocorreram mesmo com lideranças políticas pedindo para não haver adesão. A avaliação de analistas políticos é de que as manifestações acabaram encorpadas pelo movimento negro, inflamado no mundo todo com o assassinato do americano George Floyd. No Brasil, casos de pessoas vítimas de violência policial como João Pedro e Ágatha Félix também foram lembrados. Também houve protestos de profissionais de saúde contra o negacionismo do Palácio do Planalto Frente à covid-19.
Outro ineditismo deste final de semana foi o comportamento do presidente da República. Bolsonaro participou dos protestos nos últimos finais de semana e domingo passado chegou a montar um cavalo em meio aos manifestantes. Sesta vez, ele se limitou a sair do Palácio da Alvorada para cumprimentar alguns apoiadores que estavam do lado de fora. Não houve registro de confrontos ou maiores incidentes. Um integrante de atos contra o governo começou a depredar uma agência do Bradesco mas foi contido pelos próprios manifestantes em São Paulo. Na avenida Paulista, houve pequenos princípios de confusão, todos relacionados a críticos ao movimento que passavam pela multidão. Dezessete foram detidos em São Paulo. No Rio de Janeiro, um princípio de confusão no final do ato contra o presidente levou 40 pessoas para a delegacia. Em Belém do Pará, o número de presos foi maior – 112 pessoas. Mas o motivo da condução à Polícia Civil foi desrespeito ao distanciamento social.
O presidente desencorajou seus apoiadores a irem às ruas no domingo. Durante uma live na quinta-feira, ele disse que poderia haver confrontos e pediu que as pessoas que defendem seu governo evitassem os protestos. Os apoiadores de Bolsonaro continuam insistindo nos apelos por “intervenção militar” no país. No Rio de Janeiro, algumas dezenas de apoiadores do presidente escolheram Copacabana para seu ato. Já os manifestantes contrários ao presidente escolheram o centro da cidade e estavam em maior número. A Polícia Militar informou que, no final, um grupo atirou pedras nas viaturas e houve reação.