Nonato Guedes, com agências
O governador do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB, em entrevista concedida à rede CNN Brasil, atacou duramente o presidente Jair Bolsonaro em razão da incitação à invasão de hospitais a pretexto de obtenção de informações seguras sobre a pandemia do novo coronavírus. “Precisamos que o presidente abandone a posição agressiva porque não se trata de se omitir diante do coronavírus. É algo mais grave. Além de se omitir, ele se ocupa em sabotar”, declarou o gestor maranhense. O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, também criticou a postura adotada pelo presidente, causadora, segundo ele, de instabilidade institucional.
Flávio Dino reagiu: “Agora tivemos esse ato mais recente em que ele (Bolsonaro) estimula invasões a hospitais, desrespeito aos doentes, profissionais de saúde e aos próprios invasores, que estão se expondo a ficarem doentes. É estranho que ele se dedique o tempo todo à prática de crimes como esse e crie um clima muito difícil para o trabalho”. Na quinta-feira, o presidente pediu para seus apoiadores “darem um jeito” de invadir hospitais para filmar os leitos destinados aos pacientes com Covid-19. Segundo ele, ninguém morreu de falta de leitos e o número de mortes por coronavírus foi inflado para “ganho político” contra ele. Dino afirmou que poderia ele mesmo mostrar os leitos para o presidente.
Ontem, pessoas revoltadas com a possibilidade de leitos vazios invadiram o Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, referência no tratamento da Covid-19 no Rio de Janeiro. O grupo chutou portas, derrubou computadores e tentou invadir alas restritas a pacientes infectados com a Covid-19. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde expediu nota rechaçando com veemência a incitação pelo presidente à invasão de hospitais, considerando a atitude irresponsável e indigna de um chefe de Estado.