Nonato Guedes
O ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, e mais três ex-governadores do PSB – Rodrigo Rollemberg, Márcio França e João Capiberibe, apoiam a formação de uma “amplíssima” frente em defesa da democracia e contra o presidente Jair Bolsonaro. O tema foi discutido em reunião virtual convocada pela Executiva Nacional do Partido Socialista Brasileiro e realizada na última quinta-feira, sob a mediação do presidente da legenda, Carlos Siqueira. Os governadores Paulo Câmara, de Pernambuco, e Renato Casagrande, do Espírito Santo, participaram do debate, bem como o vice-presidente de Relações Governamentais do PSB, Beto Albuquerque, deputados federais, senadores, prefeitos e representantes de segmentos sociais da agremiação.
Expoentes do partido, de acordo com o site “Congresso Em Foco”, vislumbraram que há engajamento no movimento pelo impeachment de Jair Bolsonaro, mas não defendem protestos nas ruas em meio à pandemia de Covid-19. Em nota distribuída após o encontro, o partido afirmou considerar que o atual governo age com “fundamentalismo de extrema-direita” inédito no mundo. Avalia que a frente pela democracia é uma tarefa “urgentíssima”, alegando: “Não se pode dizer, infelizmente, que o presidente da República e seu grupamento ideológico estejam sendo mal sucedidos no intento de impor sua plataforma política fundamentalista à sociedade civil. Além disso, estão melhor organizados no momento do que as forças democráticas e têm sob seu controle a máquina federal”.
Para os socialistas, a frente deve envolver toda a sociedade civil, como artistas, intelectuais, partidos políticos, governadores e prefeitos, sindicatos e confederações de trabalhadores, instâncias representativas democráticas das polícias, órgãos de imprensa, cientistas e autoridades de saúde. O PSB se propôs a somar esforços com movimentos da sociedade civil que se opõem ao governo, como #Somos70, #EstamosJuntos e #Basta. Ressalta que Bolsonaro busca implantar no país um regime autoritário, com uma estratégia que inclui a tentativa de armar a população civil e de envolver polícias e Forças Armadas; o desmonte da legislação e órgãos de controle ambiental; o descaso com a pandemia do coronavírus e o uso de fakenews contra governos, prejudicando o combate à doença; as limitações às políticas assistenciais e aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres e os ataques sistemáticos à verdade e aos fatos pelas redes sociais.
O PSB informou que pretende apenas acompanhar e fortalecer o movimento multipartidário “Janelas pela Democracia”, que realizou uma live pelas redes sociais no último mês. Junto com PDT, Rede, PV e Cidadania (o partido do governador da Paraíba, João Azevêdo, ex-aliado de Ricardo Coutinho), está prevista uma segunda edição do ato virtual no dia 18 próximo. O presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro, Carlos Siqueira, considerou extremamente produtivas as discussões alinhavadas durante a reunião virtual, bem como demonstrou satisfação com as conclusões extraídas ao final e inseridas no documento que foi publicizado. Salientou que as discussões contribuem para fortalecer as bandeiras democráticas reivindicadas pela maioria da sociedade.